Enquanto o número de brasileiros que consomem de forma abusiva bebidas alcoólicas - ou seja, o consumo de 4 ou mais doses em uma única ocasião - se manteve estável, o total de brasileiras que se enquadram no consumo abusivo de álcool mais que dobrou de 2006 a 2023, segundo levantamento feito pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. 

No geral, a ingestão de álcool de forma descontrolada por mulheres no Brasil passou de 7,8% em 2006, para 15,2% em 2023. Além disso, o percentual de 2021 para 2023 teve o maior crescimento na série histórica, aumentando cerca de 2,5% em 2 anos.

Já no quadro de faixas etárias, o álcool tem se feito presente cada vez mais na vida das brasileiras de idade entre 35 a 54 anos, chegando a 17%. Na comparação com 2021, o percentual aumentou 5,5%. 

Ainda, o grupo de brasileiras com 18 a 34 anos também registrou aumento no mesmo período, passando para 20,6% em 2023. No entanto, entre o público de idade maior igual a 55 anos, o consumo caiu 0,1% em 2023, atingindo 5,4%.

Por mim, os impactos do consumo excessivo de bebidas alcoólicas pelas mulheres brasileiras já podem ser sentidos. Mais uma vez, enquanto os dados do público masculino se mantêm estáveis ou em queda, as taxas de mortalidade entre o público feminino por doenças relacionadas ao alcoolismo, referentes ao período de 2010 a 2021, subiram 7,5%, enquanto as dos homens caíram 8%, segundo o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).