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“Não é normal ter cólica”, diz especialista sobre período menstrual

Ginecologista explica quando buscar ajuda médica e alerta que dor intensa não deve ser naturalizada

Por: Marcos Flávio Nascimento

24/10/202519:00

A ginecologista Dra. Fernanda Medeiros, convidada do Portal Esfera no Rádio desta sexta-feira, 24, explica que a menstruação regular é um sinal de que o corpo está em equilíbrio, mas alerta que sentir dor não é algo que deva ser encarado como normal. “Não é normal ter cólica, não é normal um fluxo que cause anemia ou te obrigue a faltar o trabalho”, afirma. Segundo ela, sintomas intensos indicam que algo precisa ser investigado, já que o ciclo menstrual deve ocorrer sem grandes impactos na rotina.

Foto “Não é normal ter cólica”, diz especialista sobre período menstrual
Foto: Pedro Henrique / Portal Esfera

Primeira menstruação e criação de vínculo com o ginecologista

Ao apresentador Luis Ganem, a drª afirma que muitas mães questionam quando levar a filha pela primeira vez ao ginecologista. De acordo com a médica, o ideal é que isso aconteça logo após a primeira menstruação, não apenas para avaliar se o ciclo está normal, mas para criar um vínculo de confiança. “É importante que essa menina entenda que o consultório é um espaço de escuta, onde ela pode tirar dúvidas e falar sobre o corpo sem medo”, explica.

Ela destaca que, a partir desse primeiro contato, o profissional pode orientar sobre temas como contracepção e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

“A relação de confiança entre paciente e médica é o que permite orientar com segurança”, reforça.

Acompanhamento e exames ao longo da vida

Com o início da vida adulta, a mulher deve manter acompanhamento ginecológico regular. Isso inclui o exame preventivo do câncer de colo do útero, conhecido como Papanicolau, além da avaliação das mamas e exames laboratoriais que ajudam a monitorar vitaminas e hormônios. A especialista lembra ainda que, a partir dos 40 anos, é recomendado realizar a mamografia anualmente.

“O objetivo da mamografia é o diagnóstico precoce. A gente não deve esperar sentir um nódulo para buscar avaliação”, pontua. Quanto mais cedo for detectada uma alteração, maiores são as chances de cura e menos agressivo tende a ser o tratamento.

A médica também chama atenção para o estilo de vida moderno, que muitas vezes entra em conflito com o funcionamento natural do corpo feminino. “As mulheres vivem um ritmo que o corpo não foi preparado para suportar. Estresse, má alimentação e sono irregular interferem diretamente no ciclo menstrual”, explica.

Esses fatores podem causar cólicas fortes, fluxos intensos e até anemia.

Em muitos casos, o bloqueio hormonal é indicado para suspender a menstruação e aliviar os sintomas, mas a decisão deve ser individualizada. “Em medicina, não existe o que é bom para todo mundo. Existe o que é bom para cada mulher”, resume.

Por fim, a especialista reforça que a prevenção do câncer de mama começa ainda na infância, com alimentação equilibrada, prática de atividade física e hábitos saudáveis. “Muito se fala de hormônio, mas o básico continua funcionando”, conclui.