Tarifa zero em Salvador: câmara cria frente parlamentar e debate viabilidade
Vereadores discutem isenção total de tarifas, enquanto governo federal analisa o tema
Por: Redação
21/10/2025 • 11:48
A discussão sobre tarifa zero nos transportes públicos chegou a Salvador. A capital baiana agora conta com uma frente parlamentar mista, formada exclusivamente por vereadores de oposição, que vai discutir a viabilidade da medida.
A criação do colegiado foi publicada no Diário Oficial do Legislativo (DOL) nesta segunda-feira (20). A frente parlamentar será presidida por Professor Hamilton Assis (PSOL), com Hélio Ferreira (PCdoB) como vice-presidente. Outros integrantes incluem Felipe Santana (PSD), Silvio Humberto (PSB), Aladilce Souza (PCdoB), João Claudio Bacelar (Podemos) e Randerson Leal (Podemos). David Rios (MDB) e Marta Rodrigues (PT) atuam como suplentes.
O principal objetivo do grupo é avaliar a viabilidade da isenção total de tarifas de ônibus na cidade. Atualmente, o Brasil já conta com 127 cidades que adotaram a tarifa zero, um modelo que tem sido estudado pelo governo federal para possíveis expansões. A medida faz parte de um debate nacional mais amplo, já que o governo federal estuda implementar a tarifa zero em transportes públicos em todo o país.
O Ministério da Fazenda, a pedido do presidente Lula (PT), tem revisado estudos antigos sobre o financiamento do setor para avaliar possíveis modelos de viabilização da tarifa zero. “Tem vários estudos que estão sendo recuperados pela Fazenda para verificar se existem outras formas mais adequadas de financiar o setor”, afirmou o ministro Haddad.
Prefeitura de Salvador aponta desafios orçamentários
O prefeito Bruno Reis (União) comentou sobre o tema, destacando o custo anual do transporte público da cidade, que ultrapassa R$ 1,33 bilhão. Segundo ele, o município sozinho não teria condições de custear a tarifa zero.
“Alguém vai ter que pagar essa conta. Vamos parar de piada, de conversa fiada, de enrolar a população. Se o governo federal assumir, terá todo o nosso apoio. Porém, os municípios não têm condições de bancar isso sozinhos”, afirmou o gestor municipal.
Ainda de acordo com Bruno Reis, a proposta só seria viável se o governo federal assumisse parte dos custos. O plano está sendo estudado pela equipe do presidente Lula, mas a implementação não seria possível já em 2026, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
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