Basílica do Bonfim terá espaço para cinzas a partir de agosto
Preços começam em R$ 8 mil e vendas terão início no dia 1º de agosto
Por: Iago Bacelar
12/07/2025 • 11:06
A Igreja Basílica Santuário do Bonfim, em Salvador, dará início à venda de urnas para cinzas no dia 1º de agosto. O columbário será instalado no primeiro andar da basílica, local onde atualmente funciona o Museu do Bonfim. Com a mudança, o museu será transferido para o prédio da Devoção do Senhor do Bonfim, ao lado da igreja, e passará por um processo de ampliação.
De acordo com Marcelo Sacramento de Araújo, presidente da Devoção do Senhor do Bonfim, mil urnas estarão disponíveis inicialmente. O objetivo é oferecer uma alternativa ao cemitério tradicional, com foco na preservação da memória dos falecidos dentro de um espaço religioso.
Acolhimento espiritual e recursos digitais
As urnas permitirão o depósito das cinzas em caixas de madeira individuais, com capacidade para até quatro compartimentos. O projeto conta com um sistema de QR Code vinculado a cada uma das cinzas depositadas.
“As urnas serão colocadas em quatro pequenas caixas contendo essas cinzas e haverá todo um trabalho de acolhimento. As pessoas receberão um acompanhamento moderno sobre data de aniversário do ente querido e datas-chave do tempo que as cinzas estão na igreja, podendo ser feitas orações e homenagens”, explicou Marcelo Sacramento.
A tecnologia também inclui o acesso a biografias e fotos da pessoa falecida. Isso será feito por meio dos QR Codes impressos nas caixas. Cada código poderá ser lido por celular, possibilitando que parentes visualizem informações da vida do ente querido.
“Um bisneto, daqui a 60 anos, vai chegar no columbário, colocar o celular no QR Code e saber da história da vida do bisavô dele, bem como fotos de eventos, casamentos e tantas outras”, completou Sacramento.
Preço, pagamento e taxa de manutenção
O custo das urnas começa em R$ 8 mil, variando conforme a posição dentro do columbário. Haverá opção de parcelamento em até 12 vezes. Além da aquisição, será cobrada uma taxa anual de manutenção, ainda a ser confirmada, mas estimada em torno de meio salário mínimo.
A Basílica firmou parceria com a empresa Autua, responsável pela plataforma de e-commerce e pela tecnologia utilizada no projeto.
Iniciativa pioneira e inspiração internacional
A proposta foi idealizada pelo reitor da Basílica, padre Edson Menezes, após ser debatida durante o Congresso Brasileiro de Santuários. A inspiração veio de experiências semelhantes em apenas dois outros locais — uma igreja em Santa Catarina e outra na Espanha. No Brasil, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, também oferece esse serviço.
Segundo os organizadores, o columbário do Bonfim será um dos poucos do tipo em santuários religiosos do país.
Ampliação da área e novos projetos culturais
Além do columbário, a Igreja do Bonfim obteve a reintegração de 4 mil metros quadrados da ladeira que conduz fiéis até a Colina Sagrada. A área, que faz parte do sítio histórico, estava em posse de um antigo proprietário e agora voltará a ser utilizada pela Irmandade do Bonfim.
A proposta é desenvolver o entorno com novos equipamentos culturais. Em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba), está sendo estudada a criação de um Centro de Artes Regional, voltado à cultura local e à inclusão social.
“Nós pensamos em fazer ali um centro de irradiação da cultura baiana e regional, tirando crianças e adolescentes das ruas, das drogas e da criminalidade, e fazer com que eles se encontrem com a arte. [...] Queremos que esse sítio histórico seja ainda mais representativo e que o turista, ao chegar em Salvador, tenha que ficar pelo menos dois turnos ou um dia no Bonfim”, afirmou Marcelo Sacramento.
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