Após solicitar à Câmara dos Deputados autorização para exercer o mandato a distância, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro, não tem registrado presença nem votos nas sessões semipresenciais realizadas desde o fim de sua licença parlamentar, encerrada em 20 de julho.

A licença de 122 dias do deputado terminou em 20 de julho. Desde então, mesmo estando nos Estados Unidos desde março, Eduardo não marcou presença em nenhuma sessão da Casa Legislativa. O parlamentar também não participou das sessões em que a participação remota é permitida e já acumula 18 ausências não justificadas em 2025. Segundo levantamento, esse número representa mais da metade (56,25%) dos dias com sessões deliberativas aos quais deveria ter comparecido.

Nas redes sociais, Eduardo afirmou estar “sendo impedido de votar”, alegando que se trata de uma falha no sistema. Já parlamentares da base bolsonarista dizem que houve bloqueio na plataforma.

No mesmo período, de 32 dias com sessões deliberativas, o deputado Jair Bolsonaro (PL-RJ), irmão de Eduardo e também filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, compareceu a 13 sessões (40,62%), com uma falta justificada.

A cassação de parlamentares está prevista na Constituição para aqueles que faltarem a um terço das sessões da Casa (33%) no mesmo ano, salvo em caso de licença ou missão autorizada. A decisão cabe à Mesa Diretora. Segundo o regimento, a análise da assiduidade só ocorre a partir de 5 de março do próximo ano, o que pode adiar para depois das eleições uma eventual cassação de Eduardo, que já declarou não pretender renunciar ao cargo.