A ex-presidente Dilma Rousseff já tem um nome de preferência para ocupar a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF): o atual advogado-geral da União, Jorge Messias. Apesar da afinidade e da torcida, Dilma garantiu a aliados que não pretende interferir na escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo interlocutores próximos, Dilma tem repetido que respeitará a autonomia do presidente na decisão, da mesma forma que ele respeitou suas indicações quando ela estava no comando do Planalto. “Lula não se intrometeu nas minhas indicações. Não vou me intrometer nas dele também”, teria dito a ex-presidente, conforme relatos de aliados.

Durante seu mandato, Dilma indicou três ministros ao STF: Luiz Fux (2011), Luís Roberto Barroso (2013) e Edson Fachin (2015).

O ministro Jorge Messias, que hoje chefia a Advocacia-Geral da União (AGU), foi assessor jurídico direto de Dilma durante seu governo e mantém proximidade com o núcleo petista.

O nome de Messias também aparece entre os favoritos de Lula, segundo o senador Jaques Wagner (PT-BA). Em entrevista, o parlamentar afirmou que o advogado-geral da União é o mais próximo do presidente entre os cotados para a vaga.

“É óbvio que o Messias é com quem Lula tem mais convivência, e já foi cogitado da outra vez. É uma decisão interior dele”, declarou Wagner.

Apesar disso, o senador destacou que outros nomes têm a confiança do presidente, como o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

A escolha oficial deverá ser feita somente após consulta ao Senado, como tradicionalmente ocorre nos processos de nomeação para o Supremo. Até lá, Lula mantém sigilo absoluto sobre quem será o novo ministro do STF.