Moraes vota pela condenação de ‘kids pretos’ por envolvimento na trama golpista
Primeira Turma do STF retomou julgamento nesta terça-feira (18)
Por: Redação
18/11/2025 • 15:32 • Atualizado
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votou pela condenação de nove dos 10 réus do núcleo 3 da trama golpista, os chamados 'kids pretos', militares que teriam planejado o monitoramento e assassinato de autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de terem articulado apoio do alto comando do Exército para a tentativa de golpe.
O julgamento do caso foi retomado nesta terça-feira (18), pela Primeira Turma do STF, após o período de apresentação das sustentações pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que se manifestou pela condenação dos réus, além das defesas, que negaram participação dos acusados na trama.
Além de Moraes, votaram também os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. Caso a maioria do colegiado vote pela condenação, os magistrados vão se reunir novamente para estipular a dosimetria das penas, onde serão definidos o tempo de condenação e o local onde os condenados serão presos.
Fazem parte do kids pretos:
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Bernardo Corrêa Netto, Coronel do Exército: Teria pressionado o comandante do Exército a apoiar o golpe, articulado encontros com militares das Forças Especiais e incentivado carta para influenciar a cúpula da Força.
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Estevam Theophilo, General da reserva: Acusado de estimular Bolsonaro a assinar o decreto golpista e de se comprometer a coordenar a ação militar; também teria pressionado o então comandante do Exército.
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Fabrício Moreira de Bastos, Coronel: Teria participado das reuniões dos “kids pretos”, ajudado a traçar diretrizes do golpe e produzido o documento “Ideias Força”, com planos de mobilização e desinformação.
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Hélio Ferreira Lima, Tenente-coronel: Apontado como autor da “Operação Luneta”, que detalhava fases do golpe, incluindo prisão de ministros do STF e controle das instituições; também teria monitorado Alexandre de Moraes.
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Márcio Nunes de Resende Júnior, Coronel: Cedeu espaço para reuniões dos “kids pretos” e integrou articulações para influenciar superiores, mesmo ciente da falta de fraude eleitoral.
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Rafael Martins de Oliveira, Tenente-coronel: Coidealizador da “Operação Copa 2022”, que previa sequestro e morte de Alexandre de Moraes; administrava recursos para planos golpistas, parte repassada por Walter Braga Netto via Mauro Cid.
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Rodrigo Bezerra de Azevedo, Tenente-coronel: Também teria atuado na “Copa 2022”, monitorado Moraes e usado equipamentos clandestinos para ocultar operações.
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Ronald Ferreira de Araújo Júnior, Tenente-coronel: Assinou e divulgou carta de pressão ao comandante do Exército; PGR pede condenação apenas por incitar animosidade entre Forças Armadas e instituições.
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Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Tenente-coronel: Teria difundido a carta de pressão e atuado para enfraquecer autoridades militares contrárias ao golpe, mesmo sabendo que alegações de fraude eram falsas.
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Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal: Acusado de repassar informações estratégicas sobre a posse presidencial e auxiliar em plano de assassinato de autoridades para gerar caos e justificar medidas de exceção.
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