O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, acionou o STF para solicitar investigação sobre como Jair Bolsonaro teve acesso ao ferro de solda usado na tentativa de danificar a tornozeleira eletrônica. O pedido afirma que o equipamento é um instrumento técnico, não compatível com uso doméstico comum, e por isso precisa ser rastreado.

Conforme a representação, o deputado pede uma perícia detalhada para identificar a origem do objeto e coletar digitais. O documento ressalta que o derretimento registrado na carcaça da tornozeleira foi direcionado, o que, segundo o texto, afasta a hipótese de acidente ou falha mecânica.

Pedido de depoimentos e rastreamento de visitas

No relatório enviado ao Supremo, Lindbergh destaca que Bolsonaro relatou ter um assessor e um irmão dentro da residência no momento da tentativa de violação. O parlamentar solicita que ambos sejam ouvidos pelos investigadores e que sejam analisadas todas as visitas feitas ao imóvel nas últimas setenta e duas horas anteriores ao episódio.

Além dos depoimentos, a ação requer o acesso às imagens internas e externas do condomínio. O pedido inclui ainda a análise de mensagens e ligações recentes para entender quem pode ter levado o ferro de solda até a casa do ex presidente.

Vigília de Flávio Bolsonaro também é alvo de questionamento

No trecho final da representação, Lindbergh solicita que o STF investigue a vigília organizada pelo senador Flávio Bolsonaro na véspera do ocorrido. Embora anunciada como um ato religioso, a mobilização gerou aglomeração e chegou a registrar momentos de hostilidade, inclusive contra um pastor, o que, segundo o deputado, pode indicar tentativa de dificultar o trabalho das equipes de segurança.

A iniciativa do PT amplia a pressão sobre o entorno do ex presidente no momento em que o caso da tornozeleira se torna peça central nas novas frentes de apuração do Supremo.