Bolsonaro alega paranoia, mas juíza mantém prisão após audiência
Defesa do ex-presidente já teve um pedido de prisão domiciliar negado
Por: Redação
23/11/2025 • 15:03 • Atualizado
Após a audiência de custódia realizada no início da tarde deste domingo (23), a juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino homologou o cumprimento do mandado de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e reforçou que não houve qualquer abuso por parte dos agentes envolvidos. A decisão também destacou a regularidade de todo o procedimento conduzido neste fim de semana.
Em seu depoimento, Bolsonaro admitiu ter mexido na tornozeleira eletrônica, alegando que uma combinação inadequada de medicamentos teria provocado paranoia durante a madrugada. O ex-presidente assegurou que não houve tentativa de fuga e afirmou que a cinta do equipamento não chegou a ser rompida.
Vigília e perímetro de segurança
Ao comentar a vigília convocada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, o ex-presidente declarou que o grupo estava a cerca de setecentos metros de sua residência e que não haveria possibilidade de gerar tumulto que facilitasse uma eventual fuga. A mobilização foi citada pelo STF como um dos fatores de preocupação sobre o monitoramento.
De acordo com o Supremo, o prazo para a defesa se manifestar sobre a violação da tornozeleira eletrônica termina às 16h30 deste domingo. O tribunal marcou para segunda-feira uma sessão virtual extraordinária da Primeira Turma, convocada pelo ministro Flávio Dino, que irá analisar o referendo da prisão preventiva.
Tentativa de violação e pedido negado
No sábado, Bolsonaro foi preso preventivamente pela Polícia Federal após determinação do ministro Alexandre de Moraes, que apontou risco de fuga e mencionou a tentativa do ex-presidente de violar o equipamento de monitoramento. Na véspera, ele utilizou uma solda para tentar abrir a tornozeleira, gerando alerta à Seap do Distrito Federal. A defesa havia solicitado prisão domiciliar humanitária, porém o pedido foi negado pelo STF.
Condenado a 27 anos e três meses de prisão, Bolsonaro e os demais réus estão na fase final de recursos. A Primeira Turma rejeitou os embargos apresentados pelos acusados na semana passada. O prazo para a entrega dos últimos recursos termina neste domingo e, caso sejam rejeitados, as prisões devem ser executadas em regime fechado.
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