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Diretora do Fed desafia demissão de Trump

Lisa Cook promete seguir em funções enquanto acusações de fraude não são formalizadas

Por: Lorena Bomfim

26/08/202512:00Atualizado

A diretora do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook, primeira mulher negra a integrar o Conselho de Governadores da instituição, contestou nesta terça-feira (26) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de afastá-la do cargo. Segundo ela, a medida não tem respaldo legal.

Diretora do Fed desafia demissão de Trump
Foto: Reprodução : Federal Reserve Bank OF MINNEAPOLIS

Trump anunciou a demissão na última segunda-feira (25), alegando que Cook teria falsificado documentos em contratos de hipoteca. Em publicação na rede Truth Social, o republicano afirmou que “o povo americano precisa ter plena confiança na honestidade dos membros encarregados de definir a política e supervisionar o Federal Reserve”.

Cook, indicada ao Fed em 2022 pelo então presidente Joe Biden, rebateu a decisão:
“O presidente Trump alegou me demitir ‘por justa causa’, mas nenhuma justa causa existe sob a lei, e ele não tem autoridade para fazê-lo. Não vou renunciar. Continuarei cumprindo minhas funções para ajudar a economia americana, como venho fazendo desde 2022”, declarou em nota divulgada por seus advogados.

O advogado Abbe David Lowell informou que adotará “todas as medidas necessárias” para reverter a decisão e impedir o que classificou como uma “ação ilegal”. Cook pode recorrer à Justiça e solicitar uma liminar para permanecer no cargo enquanto o processo não é concluído.

As acusações contra a diretora surgiram após um pedido do chefe da Agência Federal de Financiamento Habitacional (FHFA), Bill Pulte, para que o Departamento de Justiça investigasse suposta fraude hipotecária. Segundo Pulte, Cook teria declarado um condomínio como residência principal pouco depois de financiar outra casa no estado de Michigan.

Até o momento, nenhuma acusação formal foi apresentada contra Lisa Cook, cujo mandato no Fed tem duração prevista até 2038. Com a saída dela, Trump poderia assegurar maioria de aliados no Conselho de Governadores do banco central norte-americano, responsável, junto ao Comitê Federal de Mercado Aberto, pela condução da política monetária dos Estados Unidos.