O deputado federal Ricardo Salles (Novo), que ocupou o Ministério do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, será julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por um suposto envolvimento em um esquema de facilitação do contrabando de produtos florestais.

O órgão superior de Justiça assumiu a competência para julgar a notícia-crime apresentada contra Salles e que foi protocolada em 2020 por um conjunto de senadores e deputados da oposição ao governo vigente na época.

A denúncia foi feita com base em vídeos gravados em uma reunião ministerial onde Salles afirmou que o momento, em plena pandemia da Covid-19, era oportuno para "passar a boiada" e aprovar reformas que simplificassem normas de órgãos de controle como o Iphan, Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, entre outros.

A partir da acusação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou, em julho de 2021, afirmando que Salles atuava em uma ação coordenada junto com servidores indicados por ele para garantir os interesses de empresas madeireiras.

O ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, diante do entendimento do STF de que ações contra autoridades permanecem na instância mesmo após a saída do cargo, acatou a manifestação da PGR e com isso a competência para julgar Salles caberá ao órgão.

A decisão foi assinada no dia 27 de agosto e tem, além de salles, oo ex-presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, e outros servidores do órgão, como alvos.