Em julgamento no STF, Bolsonaro completa 1 mês na prisão domiciliar
Jair recebeu visitas, fez consultas médicas e teve monitoramento policial por 24 horas
Por: Redação
04/09/2025 • 15:06 • Atualizado
Nesta quinta-feira (4), o ex-presidente Jair Bolsonaro completa seu primeiro mês no regime de prisão domiciliar. Desde a decisão, protocolada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Bolsonaro recebeu visitas de aliados políticos, saídas médicas por conta de uma crise de soluços e monitoramento policial por 24 horas por possível risco de fuga. Relembre alguns dos episódios de mais destaque:
Prisão domiciliar
No dia 3 de agosto, Bolsonaro participou por videoconferência de um ato político com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). O registro da participação foi publicado nas redes sociais pelos filhos, 01, o senador Flávio Bolsonaro e 02, o vereador Carlos Bolsonaro, passando por cima das determinações das medidas restritivas impostas pelo ministro Moraes. De acordo com o ministro Moraes, o ex-presidente desrespeitou deliberadamente medidas cautelares anteriores, que incluíam a proibição de uso de redes sociais, mesmo por intermédio de terceiros, resultando no decreto de prisão domiciliar.
Protesto na Câmara dos Deputados
Em protesto, no dia seguinte à prisão domiciliar de Jair, os parlamentares da oposição ocuparam os plenários da Câmara e do Senado por 30 horas, exigindo a votação do "pacote da paz", que previa a anistia ampla, geral e irrestrita; o impeachment do ministro Alexandre de Moraes; e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para extinguir o foro privilegiado.
O senador Magno Malta (PL-ES) chegou a se acorrentar à Mesa Diretora do Senado, prometendo não sair até que a proposta fosse votada. A deputada Júnia Zanatta (PL-SC) levou a filha de quatro meses ao plenário. A ocupação foi encerrada após os presidentes da Câmara e do Senado negociarem acordos e ganharem tempo com os congressistas.
Saída para o hospital
No dia 16 de agosto, Bolsonaro deixou sua residência no Jardim Botânico, em Brasília, pela primeira vez desde o início da prisão domiciliar. Com autorização de Moraes, o ex-chefe da Casa Civil realizou exames médicos em um hospital. O boletim médico apontou infecções pulmonares, esofagite e gastrite.
Pedido de asilo político
Em 20 de agosto, a Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de obstrução do Estado Democrático de Direito. As investigações se basearam em ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, com o objetivo de pressionar autoridades brasileiras e buscar sanções internacionais contra o Brasil. Entre as evidências estão mensagens trocadas entre Bolsonaro e Eduardo, discussões de estratégia com o pastor Silas Malafaia, e a existência de um rascunho de pedido de asilo ao presidente da Argentina, Javier Milei.
Diante da possibilidade de um pedido de asilo, a PF sugeriu ao ministro Moraes que a vigilância na casa do ex-presidente fosse intensificada para 24 horas por dia, com agentes no interior da residência. A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu o risco de fuga, mas defendeu que o acesso dos agentes às áreas internas fosse restrito a situações de necessidade. Próximo ao início do julgamento, em 2 de setembro, Moraes determinou que todos os veículos que saírem da residência deveriam ser revistados, incluindo o porta-malas.
Visitas de aliados
Por fim, durante o primeiro mês de prisão domiciliar, o STF autorizou a visita de vários aliados políticos ao ex-presidente. Entre os visitantes estiveram o senador e presidente do Partido Progressista (PP) Ciro Nogueira (PP-PI); a senadora e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF); o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL); o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP-DF).
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