Logo
Menu

Política

Buscar

Procurador-geral pede aceitação das acusações no caso de tentativa de golpe

Gonet detalha provas e acusa ex-presidente Bolsonaro e aliados

Por: Victor Hugo Ribeiro

02/09/202516:56Atualizado

Após a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes sobre a Ação Penal (AP) 2668, que investiga uma tentativa de golpe de Estado, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou a aceitação das acusações contra os réus do Núcleo 1. Gonet afirmou que as provas apresentadas corroboram os fatos descritos na denúncia, conforme o devido processo legal.

Paulo Gonet
Foto: Divulgação/Antonio Augusto/STF

Detalhes da Denúncia e Provas

Gonet detalhou que a denúncia descreve como uma organização criminosa se estruturou e atuou entre meados de 2021 e o início de 2023 com o objetivo de minar a ordem democrática no Brasil. O procurador-geral enfatizou que a acusação não se baseia em suposições, pois os próprios membros do grupo documentaram quase todas as etapas de suas ações. A investigação resultou na apreensão de arquivos digitais, planilhas, rascunhos de discursos e trocas de mensagens que comprovam o plano.

Ataques às Instituições 

Segundo Gonet, o grupo era liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e incluía membros de alto escalão do governo, das Forças Armadas e de agências de inteligência. A organização, de acordo com ele, implementou um plano progressivo e sistemático para atacar as instituições, com o intuito de comprometer a alternância de poder nas eleições de 2022 e enfraquecer o exercício dos demais Poderes, em especial o Judiciário. O grupo também trabalhou para desacreditar publicamente o sistema de votação eletrônica.

Investigação da Polícia Federal 

Embora a Polícia Federal tenha descoberto a maioria dos fatos de forma independente, o procurador-geral destacou que o depoimento de Mauro Cid, um colaborador, foi crucial para esclarecer e aprofundar a investigação.

O Plano "Punhal Verde e Amarelo"

Gonet confirmou que os autos do processo revelam a execução de planos, como o "Punhal Verde e Amarelo". Este plano incluía o assassinato por envenenamento do presidente eleito e de seu vice, além da "neutralização" do ministro Alexandre de Moraes. O plano previa o monitoramento de autoridades, compartilhamento de dados de segurança e o uso de armamento pesado, reconhecendo a alta probabilidade de mortes adicionais.

Gonet fez uma analogia com o histórico do autoritarismo, que geralmente começa com o desmantelamento de órgãos de controle, como o Judiciário e as cortes constitucionais. Ele ressaltou que não foi por acaso que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se tornaram alvos principais dos ataques do grupo, pois são instituições essenciais para o equilíbrio democrático e a proteção dos valores constitucionais.

O Núcleo 1 é composto por:

  • Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da ABIN)
  • Almir Garnier Santos (almirante e ex-comandante da Marinha)
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
  • Augusto Heleno (general da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
  • Jair Bolsonaro (ex-presidente)
  • Mauro Cid (tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro)
  • Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa)
  • Walter Braga Netto (general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa)