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Política

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Presidente da Áustria desiste de participar da COP30 por alto custo da viagem

– Ministro do Meio Ambiente representará o país em Belém

Por: Iago Bacelar

06/08/202510:36

O presidente da Áustria, Van der Bellen, cancelou sua participação na COP30, que ocorre em Belém, alegando alocação orçamentária restrita da Chancelaria Presidencial. A desistência foi anunciada pela emissora pública austríaca ORF.

Presidente da Áustria desiste de participar da COP30 por alto custo da viagem
Foto: Ricardo Stuckert/PR

Van der Bellen ressaltou a relevância da conferência para o enfrentamento da crise climática e o significado simbólico da escolha do local, mas afirmou que os custos de deslocamento e hospedagem para ele e sua delegação excedem a estrutura financeira permitida.

Ministro ambiental assume vaga na conferência

Com a ausência do presidente, o país será representado na COP30 pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Totschnig. A decisão não compromete o compromisso diplomático da Áustria com as negociações globais sobre mudanças climáticas.

Países em desenvolvimento enfrentam barreiras para participação

A dificuldade financeira afeta também as nações mais vulneráveis ao clima. O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, expressou preocupação com a possível ausência desses países, que poderia comprometer a legitimidade do evento.

Ele destacou que muitos países têm um orçamento diário limitado a US$ 143, valor estabelecido pela ONU para alimentação e hospedagem, e que os preços praticados em Belém estão muito acima desse teto. A situação pode impedir a presença das nações mais afetadas pelas mudanças climáticas.

Preços de hotéis elevam tensão na organização

Há meses, autoridades locais tentam negociar tarifas hoteleiras com redes da região, mas sem sucesso. A falta de acordo levou a reunião de emergência da ONU, convocada para discutir os valores incompatíveis com os orçamentos dos países membros.

A preocupação ganhou força quando 25 países, incluindo membros do bloco dos Países Menos Desenvolvidos (LDC) como Tuvalu, Libéria, Angola e Gâmbia, enviaram uma carta expressando preocupação com os altos custos, afirmando que essas condições podem impedir sua representação na COP30.

Ausência de países pobres compromete sentido da conferência

Segundo Corrêa do Lago, a participação dos países mais pobres é crucial para a credibilidade do debate global sobre mudanças climáticas. A falta desses países no diálogo pode gerar críticas aos organizadores e alimentar percepções de que a conferência não representa todas as vozes impactadas pela crise.

A pandemia tem reforçado a importância de garantir equidade na participação internacional.