O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (25) o desbloqueio das contas em redes sociais da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e de seus familiares. De acordo com as informações passadas pela Folha de S. Paulo.

Os perfis de Zambelli, seu filho João Zambelli e sua mãe, Rita Zambelli, haviam sido suspensos em junho, após a parlamentar ter deixado o país. A suspensão ocorreu enquanto ela tentava evitar o cumprimento da sentença de dez anos de prisão imposta pelo STF, resultado de sua condenação por participação na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo a decisão de Moraes, as restrições não são mais necessárias, desde que as publicações consideradas ilícitas sejam removidas das plataformas. A medida abrange contas em diversas redes sociais, como X (antigo Twitter), Telegram, Meta (que inclui Facebook e Instagram), YouTube, LinkedIn, TikTok e Gettr.

No entanto, o ministro impôs uma multa de R$ 20 mil para cada perfil que voltar a publicar mensagens que ameacem o Estado democrático de Direito.

Carla Zambelli foi condenada em maio à perda do mandato e a dez anos de prisão. A condenação se deu por seu envolvimento na invasão dos sistemas do CNJ em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. Durante o episódio, Delgatti chegou a gerar uma falsa ordem de prisão contra o próprio ministro Moraes. O hacker afirmou ter redigido o documento a pedido da deputada.

A defesa de Zambelli nega essa versão, alegando que ela não participou da elaboração da ordem falsa e que só soube do ocorrido após a divulgação. Contudo, a ordem forjada foi encontrada em seus dispositivos eletrônicos.

Com a confirmação da condenação, a deputada deixou o Brasil, passando pela Argentina e Estados Unidos, e atualmente está na Itália. Ela foi detida em Roma no final de julho e segue presa na capital italiana, aguardando o julgamento de seu processo de extradição.