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Defesa de Bolsonaro nega vínculo com atos anti-democráticos

Advogados afirmaram que o ex-presidente foi "dragado" para fatos investigados pela PF

Por: Redação

03/09/202512:39Atualizado

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, neste segundo dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a suposta trama golpista, a delação dada pelo tenente-coronel Mauro Cid, que era ajudante de ordens de Bolsonaro.

Foto Defesa de Bolsonaro nega vínculo com atos anti-democráticos
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Em sustentação oral na tribuna da Primeira Turma do STF, os advogados do ex-presidente negaram qualquer vínculo do mesmo com os atos antidemocráticos de janeiro de 2023, quando ocorreu a invasão da Praça dos Três Poderes e da sede do STF em Brasília, e com a chamada "minuta do golpe", documento que seria a base para a articulação de um golpe de estado no país após o resultado das eleições de 2022.

Segundo eles, Bolsonaro teria tido sua imagem vinculada ao 8/1 sem sua autorização e não "haveria uma única prova" de que o ex-presidente teria qualquer relação com a minuta, como foi alegado por Cid em sua delação.

“Foi achada uma minuta do plano Punhal Verde e Amarelo e, como todos nós sabemos, ocorreu o trágico episódio de 8 de janeiro. E o presidente, a quem estou representando, foi dragado para esses fatos. Esse papel, essa minuta, essa questão, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente a Punhal Verde Amarelo, a Operação Luneta e ao 8 de Janeiro”, disse o advogado Celso Vilarda.

A defesa de Bolsonaro alega ainda que não teve tempo hábil para analisar as provas e autos que podem incorrer em uma pena de até 30 para Bolsonaro, o que não é visto como "razoável" para os juristas.

“Um assunto encerrado gerar uma pena de 30 anos não é razoável. O que está acontecendo é trazer algo que se traz para crimes contra a vida, de assassinato de pessoas, do 8 de Janeiro, esses são os fatos que dão o contorno de uma acusação tão grave, e sobre eles não há prova".

O 2º dia do julgamento dos réus da trama golpista segue em curso. Além da defesa de Bolsonaro, a defesa dos seguintes indiciados: O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, o general Walter Souza Braga Netto e o ex-ministro do GSI, o general Augusto Heleno.

Quando sai a sentença?

O julgamento dos réus da trama golpista segue até o dia 12 de setembro com 5 sessões esperadas. A expectativa é que as sentenças sejam anunciadas apenas no último dia. 

Em caso de condenação, Bolsonaro, que atualmente está em prisão domiciliar e sendo monitorado por policiais, pode passar para o regime fechado desde que extinguida a possibilidade de recurso. 

De acordo com membros próximos do STF, a intenção do ministro Alexandre de Moraes é que o ex-presidente cumpra sua pena no presídio da Papuda.