Julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe tem nova fase no STF
Acusação envolve cinco crimes; relator Alexandre de Moraes deve apresentar voto ainda nesta semana
Por: Lorena Bomfim
03/09/2025 • 08:37
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentam, na manhã desta quarta-feira (3), a sustentação oral no julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta articulação de um golpe de Estado após as eleições de 2022.
Segundo apuração da CNN, os defensores Celso Vilardi e Paulo Bueno dividirão o tempo de uma hora destinado à defesa para expor seus argumentos aos ministros. A manifestação será a segunda do dia, após a defesa do general Augusto Heleno, e antecederá as falas dos advogados de Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro de cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. De acordo com a denúncia, a ação teria sido planejada para manter o ex-presidente no poder.
A defesa de Bolsonaro, por sua vez, contesta a acusação, alegando ausência de provas consistentes e questionando a credibilidade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
Como será o julgamento
A sessão será aberta pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, com a leitura da ata da reunião anterior. Em seguida, o relator chamará a defesa do general Augusto Heleno, abrindo a rodada de sustentações. Cada réu terá até uma hora para apresentar sua manifestação.
Após as falas dos advogados, o relator, ministro Alexandre de Moraes, iniciará a leitura de seu voto, que pode se estender por mais de uma sessão. A votação seguirá a ordem de antiguidade dos ministros: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, Cristiano Zanin. A decisão será tomada por maioria simples de três votos.
Réus do núcleo 1
Entre os acusados neste núcleo estão:
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Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
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Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha;
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Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
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Augusto Heleno, general da reserva e ex-ministro do GSI;
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Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
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Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
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Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
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Walter Braga Netto, general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.