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Confira os destaques do 2º dia de julgamento contra núcleo 1 da trama golpista

Sessão contou com depoimentos da defesa de Jair Bolsonaro e outros três generais

Por: Gabriel Pina

03/09/202516:55Atualizado

Nesta quarta-feira (3), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal deu continuidade aos trabalhos do julgamento sobre a ação penal do suposto plano de golpe contra o resultado da eleição de 2022. Ocorrida apenas na parte da manhã, a sessão foi marcada pelos depoimentos das equipes de defesa de quatro réus, incluindo do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de outros três generais. Confira os destaques:

Sala onde ocorreu segundo dia do julgamento
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Jair Bolsonaro 

Formada pelos advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, a defesa de Bolsonaro afirmou que o ex-presidente é inocente, pois nunca atentou contra o estado democrático de direito. Ainda, os profissionais afirmaram que “não há nenhuma prova” que ligue o Jair Messias ao atentado do 8 de janeiro em Brasília. 

“Essa minuta, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente (ex-presidente Bolsonaro) à Operação Luneta, ao Punhal Verde e Amarelo e ao 8 de janeiro. Nem o delator falou isso. Não há uma única prova”, afirmou Vilardi.

Foto: Rosinei Coutinho/STF

Foto: Rosinei Coutinho/STF


Além disso, o advogado colocou em dúvida a veracidade da delação feita pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Segundo ele, Cid teria mudado de versão mais de uma vez, o que o tornaria “não confiável”.

"Ele (Cid) mudou a versão várias vezes. E isso não sou eu que estou dizendo, é, na verdade, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, no último relatório de novembro, quando se disse que ele tinha inúmeras omissões e contradições”, declarou a defesa de Jair.

General Walter Braga Netto

O advogado de defesa do General Braga Neto, José Luís Oliveira Lima, também se apoiou na validade dúbia da delação premiada de Mauro Cid. De acordo com Lima, o ex-ajudante “mente descaradamente”

"Eu sou um defensor do acordo de delação premiada. Mas ele tem que ser coerente, tem que ter provas", afirmou o advogado.

Foto: Reprodução/ Tv Justiça

Foto: Reprodução/ Tv Justiça


 

Ainda, o advogado alegou que a acusação contra Braga Netto, sobre o uso de dinheiro para financiar o plano golpista, não tem sustentação.

"É essa fala que vai pôr na cadeia o meu cliente por mais de 20 anos, 30 anos? É com essa mentira, com esse vai e volta que o meu cliente vai permanecer na cadeia e vai morrer no cárcere? Ele não consegue dizer onde foi, ele não consegue precisar a data", apontou Lima.

General Augusto Heleno

Já a defesa do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, optou por questionar a postura do ministro Alexandre de Moraes sobre a condução do caso.

“Nós temos uma postura ativa do ministro relator de investigar testemunhas. Por que o Ministério Público não fez isso? Qual é o papel do juiz julgador? Ou é o juiz inquisidor? O juiz não pode em hipótese alguma se tornar protagonista do processo", apontou o advogado Matheus Mayer Milanez.


Foto: STF/YouTube/Reprodução

Foto: STF/YouTube/Reprodução


Ainda, Milanez disse que, apesar de o general Heleno ser citado como integrante de um gabinete de crise após um eventual golpe de Estado, não há provas de que ele tenha participado da elaboração dessa proposta.

General Paulo Sérgio Nogueira

Por fim, o advogado Andrew Fernandes, responsável pela defesa do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, destacou que o acusado teria tentado “tirar da cabeça” de Bolsonaro possíveis tentativas de golpe, destacando que Nogueira "tinha a responsabilidade de ser o ministro da Defesa e honrar a memória de Caxias e das Forças Armadas".

Foto: STF/YouTube/Reprodução

Foto: STF/YouTube/Reprodução


Além disso, Fernandes apontou que o general foi alvo de ataques por outros membros das Forças Armadas, o que constataria sua ausência na reunião da trama do golpe.

Agora, com o fim das defesas, o julgamento volta na próxima terça-feira (9), a partir das 9:00. Na sessão, o relator, ministro Alexandre de Moraes, deve dar seu voto sobre a condenação ou não dos oito réus.