BC anuncia novas medidas contra ataques de facções criminosas a sistemas financeiros
Mudanças incluem teto para transação via Pix, além de regras mais rígidas para empresas
Por: Redação
05/09/2025 • 15:12 • Atualizado
Nesta sexta-feira (5), o Banco Central (BC) anunciou a adoção de uma série de medidas voltadas para a segurança do sistema financeiro. A alteração no sistema ocorre em resposta aos recentes ataques hackers sofridos pela instituição. De acordo com o presidente do BC, Gabriel Galípolo, os crimes foram feitos pelo crime organizado.
Ainda, segundo o Galípolo, os ataques se tratam de formas discretas dos criminosos agirem, uma vez que, no ambiente virtual, a atuação ilegal fica sem rastros. Só neste ano, os ataques hackers atingiram o sistema de instituições financeiras e fintechs (empresas que usam a tecnologia para oferecer serviços financeiros com mais agilidade). O caso mais grave ocorreu em julho, quando a C&M Software, que já havia sido alvo do crime em junho, registrou um novo desfalque de mais de R$ 1 bilhão.
Ao todo, as mudanças vão incluir a redução do limite para as transferências via Pix ou TED, em R$ 15 mil, voltadas para as instituições não aprovadas ou para aquelas que se conectam ao sistema financeiro por meio dos Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs). Além disso, o BC passa a exigir uma nova aprovação prévia para que novas empresas integrem os sistemas do banco. Por fim, também será obrigatória a apresentação de uma “certificação técnica” para operação no sistema.
Desde a megaoperação deflagrada na semana passada, que envolveu a desarticulação de um sistema de fraudes bilionárias em ao menos oito estados brasileiros, a influência das facções criminosas, em especial do Primeiro Comando da Capital (PCC) em diferentes polos econômicos do país, incluindo nas instituições financeiras. Segundo a investigação, os criminosos usavam as empresas para esquemas de lavagem de dinheiro e ocultação de movimentações bancárias e patrimônio.