Bolsonaristas reagem ao julgamento do ex-presidente no STF
Parlamentares falam em perseguição e convocam atos de rua
Por: Iago Bacelar
02/09/2025 • 10:31
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus acusados de tentativa de golpe de Estado. As sessões devem se estender por até oito encontros e serão conduzidas pela Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Estrutura do julgamento
A acusação será apresentada pelo procurador-geral da República Paulo Gonet. Cada defesa terá até uma hora para a sustentação oral. A defesa de Mauro Cid falará primeiro e a de Bolsonaro será a sexta. O relator Moraes inicia os votos de mérito, que podem ser acompanhados ou contestados pelos demais ministros. A decisão final será proclamada por Zanin.
As sessões acontecem em 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, em turnos das 9h às 12h e, em alguns dias, das 14h às 19h. Mais de 3 mil pessoas se cadastraram para acompanhar presencialmente e cerca de 500 jornalistas estão credenciados.
Parlamentares bolsonaristas criticam julgamento
O deputado estadual Leandro de Jesus (PL-BA) afirmou que a mobilização nas ruas deve continuar.
“Olha, não importa o que aconteça nesse julgamento, confie em Deus e não baixem a cabeça. Confiem em Deus, mantenham a fé, as orações e as ações nas ruas. 7 de setembro, as outras datas que virão. Rua, Rua, Rua. Não percam a fé, porque eu creio que no fim, em breve, tudo vai dar certo para nós e eles serão derrotados”, disse.
Em outra publicação, o parlamentar convocou atos para o 7 de setembro, no Farol da Barra, em Salvador, às 9h.
Defesa política de Bolsonaro nas redes
O deputado estadual Diego Castro (PL-BA) publicou que o julgamento representa perseguição.
“Hoje não começa apenas um julgamento. Começa mais um capítulo de perseguição contra um homem que nunca se rendeu ao sistema. (...) Seu verdadeiro crime é amar o Brasil e despertar em milhões de brasileiros a coragem de acreditar novamente na pátria, na família e em Deus”, declarou.
Críticas a ministros do STF
O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) afirmou que a acusação é infundada.
“O crime do Presidente Bolsonaro é ser o maior líder político da América do Sul. Deus está conosco e enviará as providências”, disse.
O parlamentar também relembrou casos judiciais de membros do PT e do STF em suas redes sociais.
O vereador de Salvador Cezar Leite (PL) criticou a composição da turma julgadora.
“Infelizmente a gente vê o colégio, dos 5, 3 passaram pelo PT, Zanin, Dino e Moraes que a gente vê que joga com o time do Governo. Então a gente fica muito triste em ver que a corte maior do nosso país, ao invés de fazer justiça, de ficar presa à Constituição, ela passa da sua competência”, afirmou.
O vereador também comparou a situação à Alemanha nazista e disse acreditar que a sentença já estaria direcionada.
Acusações da PGR
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Bolsonaro e aliados de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Entre os réus estão Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.