Você já ouviu falar do Bandage Dress? Com um caimento apertado, o vestido, que era um clássico no guarda-roupa de famosas, como Paris Hilton e Kim Kardashian, voltou nas tendências do mundo fashion. Segundo o Google Trends, ferramenta que mede o percentual de pesquisas de um termo-chave, a palavra “Bandage Dress” teve um aumento de mais de 50% no Brasil nesta última semana. Mas, a volta do modelo é apropriada de uma forma diferente que a dos anos de 2010.

Segundo o estilista brasileiro Mark, o Bandage volta com um sentido menos de ostentação e mais de autoaceitação. 

“Se em 2010 o Bandage flertava com a submissão ao olhar alheio, hoje ele é um gesto de poder. Não se veste para agradar, e sim para afirmar: quem domina a narrativa do corpo é quem o habita”, analisa Mark.

Mas, a trajetória do vestido é tão interessante quanto sua ressignificação atual. Nos anos 1980, o estilista tunisino Azzedine Alaïa começou a experimentar com tecidos elásticos que moldavam o corpo como uma segunda pele. Ideia aperfeiçoada, na década seguinte, por Hervé Léger, que criou os icônicos vestidos de tiras justíssimas que ganharam o apelido de "Bandage" (atadura, em inglês). Na época, várias celebs passaram a ser vestidas com a peça, incluindo Lady Di em sua icônica foto usando o seu “Revanege Dress”, em 1994.   

Entretanto, uma das explicações para o revival do Bandage dress pode ser obsessão contemporânea pela transformação corporal, por procedimentos estéticos, medicamentos, como o Ozempic, ou rotinas de treino intensivo.  

Apesar disso, a proposta é que as modelagens atuais passem a ter um ajuste mais confortável, mas mantendo cortes mais arquitetônicos e minimalistas. Além disso, o vestido agora pode ser combinado com tênis chunk, botas ou até rasteirinhas.  No fim, o retorno da peça é mais um ato da nostalgia que atinge a moda global nos últimos anos, levando à modernização e adaptação dos modelos às novas tendências e públicos.