Logo

Bando Teatro Olodum apresenta leitura dramática assinada por Lázaro Ramos

A comemoração, que celebra os 35 anos do grupo, será no Espaço Cultural da Barroquinha, com música e caruru. Ingressos gratuitos 

Por: Redação

13/10/202515:31Atualizado

No dia 17 de outubro (sexta-feira), o Bando de Teatro Olodum celebrará sua trajetória com a leitura dramática de "Zumbi Está Vivo e Continua Lutando", assinado com a direção geral de Lázaro Ramos, no Espaço Cultural da Barroquinha, localizado no Centro de Salvador, às 19h. O grupo comemora 35 anos de criação e atuação ininterrupta nos palcos do Brasil, além de marcantes participações no cinema e na televisão. 

Foto Bando Teatro Olodum apresenta leitura dramática assinada por Lázaro Ramos
Foto: Foto: Isabel Gouveia

O evento reunirá artistas da primeira formação do grupo e outros que marcaram a história da companhia, ao longo dos anos, reafirmando a força e o compromisso da performance negra. 

A programação contará com músicas, performances e a leitura dramática de “Zumbi Está Vivo e Continua Lutando”. O texto de Aninha Franco foi encenado originalmente pelo Bando em 1995, com direção de Márcio Meirelles, participação de Mário Gusmão e o elenco do Bando, incluindo o estreante Lázaro Ramos, no ano em que o Brasil celebrou os 300 anos da imortalidade de Zumbi dos Palmares. 

A leitura dramática

A apresentação tem direção geral de Lázaro Ramos e co-direção de Cássia Valle e Valdineia Soriano, artistas que atuaram na montagem há 30 anos. A trilha sonora contará com os arranjos originais do músico Cícero Antônio, e novos arranjos de Jarbas Bittencourt e coreografias e direção de movimento de Zebrinha (José Carlos Arandiba).

A leitura contará ainda com o elenco atual do Bando e convidados especiais, como os atores Lázaro Machado e Edvana Carvalho, cujo talento tem sido reconhecido pelo país em telenovela como Renascer e Vale Tudo (Rede Globo). A direção de produção é de Sibele Américo da Mil Produções.   

Foto: Isabel Gouveia

Foto: Isabel Gouveia


Foto: Isabel Gouveia

O texto resgata a saga do Quilombo dos Palmares e do seu líder Zumbi que lutaram pela liberdade e igualdade, no século XVII, e resistiram às investidas violentas do poder colonial português. A peça traz reflexões ainda urgentes sobre as heranças do escravismo e a persistente marginalização da população negra no Brasil.

Além da leitura dramática, a celebração terá música e será servido um tradicional caruru, fortalecendo os vínculos culturais e afetivos que marcaram a história do grupo. Acesso gratuito com ingressos disponibilizados na plataforma Sympla.

Bando 35 anos

Em 17 de outubro de 1990, nasceu no Centro Histórico de Salvador o Bando de Teatro Olodum, fruto de uma parceria entre o Grupo Cultural Olodum e artistas do teatro baiano (Márcio Meirelles, Chica Carelli, Maria Eugênia Millet e Leda Ornelas), convocando artistas negros, alguns sem experiências com as artes cênicas, outros com histórico de militância política e cultural na periferia da cidade. 

A motivação principal do Bando sempre foi a valorização das artes negras e a denúncia contra o racismo e os diversos preconceitos da sociedade, que se consolidou em uma experiência de performance negra referência para outros artistas e companhias do Brasil. 

Fotos de Isabel Gouveia

Fotos de Isabel Gouveia


Foto: Isabel Gouveia

Atualmente a companhia possui uma coordenação colegiada, formada por Cássia Valle, Valdineia Soriano, Jorge Washington e Fabio Santana, atores, que atuam também como diretores e produtores, e os diretores artísticos: o coreógrafo Zebrinha e o músico Jarbas Bittencourt.

O Bando de Teatro Olodum é a companhia de teatro negro de maior visibilidade na história das artes cênicas na Bahia e uma das mais conhecidas do país, que há 35 anos defende um projeto de expressão negra coletiva nas artes cênicas, tendo as atrizes e atores negros como protagonistas das suas narrativas.

Espetáculos e Oficinas

Entre os grandes sucessos da companhia que marcaram a história do teatro baiano estão: Ó Paí, ó, que ganhou versões para o cinema e uma série na tevê; a revista musical Cabaré da Rrrraça; a premiada versão afro-baiana para o clássico de Shakespeare Sonho de Uma Noite de Verão; a celebração à ancestralidade negra Bença, o infantil Áfricas, que contagia adultos e crianças e a narrativa negra para as lutas de independência do Brasil na Bahia “2 de Julho: resistência cabocla”.  

Além dos mais de 20 espetáculos já montados nestes 35 anos e de incursões no cinema e na televisão, o Bando leva o público à reflexão sobre os temas abordados em oficinas, debates e encontro com grupos de performances negras.

Assim nasceu o projeto de Oficinas de Performance Negra do Bando de Teatro Olodum, que anualmente contribui para a formação de novos talentos das artes cênicas, comprometidos com a valorização da cultura afro-brasileira.