Dia do Cinema Brasileiro: Veja 6 filmes icônicos gravados na Bahia
Data comemorativa celebra primeira exibição feita no país
Por: Gabriel Pina|Victor Hugo
05/11/2025 • 17:21 • Atualizado
No dia 5 de novembro de 1989, acontecia a primeira exibição de cinema no Brasil. Na época, o público que visitava a Galeria do Ouvidor, 57, no Rio de Janeiro, assistiu a oito pequenos filmes, com mais ou menos um minuto cada um. Passados 129 anos, a data se tornou símbolo para o mercado audiovisual no Brasil, escolhida, juntamente com o dia 19 de julho, dia em que ocorreu o primeiro registro de imagens em movimento no Brasil, como sendo o Dia do Cinema Brasileiro.
Para celebrar a data, o Portal Esfera separou seis filmes importantes para o cinema nacional que têm como cenário paisagens do estado da Bahia, desde a capital Salvador até cidades do interior. Confira:
Malês (2025)
Foto: Reprodução/Obá Cacauê Produções
Começamos a lista com um filme recém-lançado, o longa "Malês", que aborda a Revolta dos Malês, ocorrida em Salvador no ano de 1835 e considerada um dos maiores levantes de africanos escravizados no Brasil.
Dirigido pelo veterano Antônio Pitanga, o filme conta a história de um casal que é separado na hora do casamento, após serem traficados de sua terra natal na África para o Brasil. Ao chegar no país, os dois desembarcam em Salvador, onde são escravizados. Enquanto lutam para sobreviver e tentar se reencontrar, ambos acabam se envolvendo no levante dos Malês. A produção se passa em cenários na capital baiana, além da cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano.
Tieta do Agreste (1996)
Foto: Reprodução/ Columbia TriStar
Uma das personagens mais icônicas da dramaturgia brasileira, a "Tieta de Jorge Amado", ganhou as telonas em 1996, após o enorme sucesso da novela de mesmo nome, lançada seis anos antes. Com o diretor Cacá Diegues à frente, o papel da eterna musa do agreste era de ninguém menos que a atriz Sônia Braga. Além disso, a produção conta também com as gigantes Marília Pêra e Zezé Motta.
A obra que remonta o retorno de Tieta à Santana do Agreste, cidade ficcional onde estão localizadas as famosas dunas, está situada no povoado de Picado, em Conceição do Jacuípe (BA), a cerca de 94 km da capital Salvador. Além disso, algumas cenas externas foram feitas tendo o município de Jandaíra (BA), na divisa com Sergipe, como fundo.
Redenção (1959)
Reprodução/Instituto Memória Roberto Pires
Considerado o marco inicial para o cinema moderno da Bahia, "Redenção" é considerado o primeiro longa gravado em Salvador. Dirigido pelo cineasta baiano Roberto Pires, a trama fala sobre dois jovens rapazes catadores de coco que dão abrigo a um homem estranho, que chegou no meio da noite com o carro quebrado.
Certa hora, o estranho parte para cima da namorada de um dos rapazes, que terá que enfrentar uma difícil decisão para proteger a moça. A trama se passa na capital, Salvador, em cenários do subúrbio da cidade, além de praias, embora a localização exata seja desconhecida.
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
No sertão nordestino de 1940, o vaqueiro Manuel mata o coronel que o explorava e, junto com sua esposa Rosa, se junta ao beato Sebastião, um líder messiânico. Quando Sebastião é morto, Manuel adere ao bando do cangaceiro Corisco, o "Diabo Loiro". Perseguidos pelo temível matador de aluguel Antônio das Mortes, Manuel e Rosa buscam a redenção em um ciclo de violência e esperança.
Reprodução/Versátil Home Vídeo
Um marco do Cinema Novo, a obra explora o dilema entre a fé cega e a revolução social como caminhos para a liberdade. Feita pelo diretor Glauber Rocha, sem dúvidas é um dos maiores expoentes do Cinema Novo e um dos cineastas brasileiros mais influentes mundialmente. É nítido, ao poder assistir cada filme, ver o simbolismo, política e estética experimental, buscavam retratar a realidade e a violência do Brasil, especialmente do Nordeste, com uma linguagem revolucionária.
Café com Canela (2017) Reprodução/Rosza Filmes Produções
O filme se passa no Recôncavo Baiano, nas cidades de São Félix e Cachoeira. Margarida vive reclusa e mergulhada no luto pela perda de seu filho, mantendo uma distância emocional da vida ao seu redor em São Félix. Sua ex-aluna, Violeta, busca reatar o contato em Cachoeira, desencadeando um processo lento de cura e transformação. Aos poucos, as visitas de Violeta e de novos e antigos amigos trazem cor e afeto para a rotina de Margarida, que redescobre a força dos laços comunitários e a alegria de viver.
Quincas Berro d'Água (2010)
"Quincas Berro D'Água" é o nome de rua de Joaquim Soares da Cunha, que trocou a vida exemplar de funcionário público pela boemia e pela marginalidade. Encontrado morto em seu apartamento, sua família burguesa tenta a todo custo restaurar a imagem do "respeitável pai de família" em um funeral formal. Contudo, seus amigos de farra "sequestram" o corpo e o levam para uma última e selvagem noite de aventuras pela Bahia. O clímax é a morte definitiva de Quincas, que acontece exatamente como ele sempre desejou: em meio à folia e levado pelas águas do mar.
Reprodução/Globo Filmes
Sérgio Machado sempre demonstrou seu interesse e seu amor pelas adaptações de obras literárias brasileiras para o cinema e em narrativas que exploram a juventude e a vida na Bahia. Além de Quincas Berro D'Água, ele dirigiu o Cidade Baixa (2005) que conta com a atuação de Lázaro Ramos, Wagner Moura e Alice Braga.
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