O uso de inteligência artificial (IA) pela Receita Federal já resultou na identificação de esquemas de sonegação que, juntos, somam R$ 11 bilhões. A informação foi revelada pela auditora Sônia Accioli, durante o Seminário LIDE Segurança Pública, em São Paulo, no dia 16 de setembro.

De acordo com Accioli, a tecnologia vem transformando a fiscalização ao permitir o rastreamento de operações digitais cada vez mais sofisticadas. O sistema já consegue identificar movimentações suspeitas com criptomoedas, mapear empresas em rede e até sinalizar possíveis irregularidades antes que elas se consolidem em fraude.

“A inteligência artificial não tem apenas caráter punitivo. Ela também contribui para estimular a regularização espontânea e reduzir litígios”, destacou a auditora.

No mesmo encontro, o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, anunciou a criação da Rede Ciber, plataforma que vai conectar delegacias especializadas em crimes digitais em todos os estados.

O Ministério da Justiça reservou R$ 50 milhões para equipar as unidades com softwares de extração de dados, como o Cellebrite. Para Sarrubbo, a integração tecnológica é essencial para enfraquecer organizações criminosas que se aproveitam do ambiente virtual.

“O crime prospera quando não é desvendado. A tecnologia oferece meios para respostas rápidas, maior integração entre forças de segurança e a quebra do financiamento ilícito no mundo digital”, afirmou.