O governo federal estuda flexibilizar o processo para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), permitindo que as aulas em autoescolas deixem de ser obrigatórias. Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, a medida pode baratear significativamente o custo para emissão do documento, com redução estimada em até 80%.

Hoje, o valor para obter a CNH pode ultrapassar R$ 3 mil, variando conforme o estado. Com a mudança, o gasto poderia cair para algo entre R$ 750 e R$ 1 mil. Apesar da possibilidade de economia, a proposta tem gerado críticas de autoescolas e entidades do setor, que alertam para riscos de aumento nos acidentes de trânsito.

De acordo com o ministro, o candidato ainda precisará ser aprovado nas provas teórica e prática, mas terá liberdade para escolher como se preparar. O aprendizado poderá ocorrer de forma independente, por meio de aulas presenciais nos Centros de Formação de Condutores (CFCs), cursos à distância de empresas credenciadas ou materiais digitais da Senatran.

Na parte prática, deixaria de existir a exigência das 20 horas mínimas de direção. O futuro condutor poderá contratar instrutores autônomos credenciados pelos Detrans, que passarão por capacitação online autorizada pela Senatran. O modelo se inspira em países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Uruguai, onde há mais flexibilidade na formação.

Em Salvador, a obtenção conjunta das categorias A (moto) e B (carro) pode ultrapassar R$ 4,5 mil, considerando aulas teóricas e práticas, materiais, exames e taxas. Somente o laudo do Detran custa R$ 275,93, enquanto exames clínico e psicológico somam R$ 376,99, totalizando R$ 652,92 antes mesmo do início das aulas.