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Banco Central muda horário e fará leilão de US$ 1 bi com recompra nesta terça

Venda será liquidada em agosto e recompra está marcada para novembro

Por: Iago Bacelar

15/07/202513:19

O Banco Central (BC) realiza nesta terça-feira (15) um leilão de linha no valor máximo de US$ 1 bilhão. A operação, que consiste na venda de dólares com compromisso de recompra, teve seu horário alterado por problemas técnicos identificados após o primeiro comunicado da autoridade monetária.

Banco Central muda horário e fará leilão de US$ 1 bi com recompra nesta terça
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O leilão estava originalmente previsto para ocorrer às 10h30, mas, após a anulação do aviso anterior, um novo foi divulgado. Com isso, a operação acontecerá entre 12h30 e 12h35, mantendo as demais condições previamente estabelecidas.

Operação será liquidada em duas etapas

De acordo com o novo comunicado emitido pelo Banco Central, a venda dos dólares será liquidada no dia 4 de agosto. Já a recompra das divisas ocorrerá em 4 de novembro, mantendo o padrão utilizado em leilões recentes da instituição.

Essas operações fazem parte de uma estratégia contínua do BC para rolar os vencimentos mensais de compromissos cambiais e, ao mesmo tempo, garantir o equilíbrio no mercado de câmbio. Ao ofertar recursos em moeda estrangeira de forma programada, o BC busca evitar que uma demanda adicional por dólares provoque volatilidade nos preços da moeda americana frente ao real.

Leilões de linha têm sido frequentes

Nos últimos meses, o Banco Central vem adotando leilões de linha com recompra como ferramenta principal para atender à demanda do mercado e oferecer previsibilidade aos agentes econômicos. A medida também ajuda a reduzir a pressão sobre o câmbio em momentos de maior incerteza externa ou doméstica.

Esses leilões não implicam em perda definitiva de reservas internacionais, uma vez que os dólares vendidos retornam aos cofres do BC na data estipulada para a recompra. A iniciativa se diferencia de vendas à vista, que retiram recursos do estoque de reservas.

Ptax das 10h servirá como taxa de referência

A taxa de câmbio de referência usada na operação será a Ptax das 10 horas desta terça-feira. Essa é a primeira das quatro médias diárias calculadas pela autoridade monetária, com base nas cotações praticadas pelas instituições financeiras no mercado interbancário.

A Ptax é a taxa mais comum nas operações de derivativos cambiais e contratos futuros negociados na B3, servindo também como balizadora para diversas operações de hedge. O nome deriva da antiga transação PTAX800 do sistema Sisbacen, desativada em setembro de 2014, mas ainda amplamente utilizada pelo mercado.

Objetivo é garantir liquidez e estabilidade cambial

Com a realização do leilão, o BC busca evitar desequilíbrios cambiais e proporcionar um ambiente de liquidez adequada. O cenário atual requer atenção redobrada, diante de fatores como incertezas externas, variações nos juros internacionais e pressões sobre moedas emergentes.

Além disso, a operação pode sinalizar uma postura de monitoramento constante por parte da autoridade monetária, sem necessariamente indicar mudança de política cambial. O BC segue mantendo seu compromisso com o regime de câmbio flutuante, atuando apenas para corrigir disfunções pontuais no mercado.