As previsões para os anos seguintes também foram revistas: para 2026, a estimativa passou de 4,4% para 4,33%, enquanto as projeções para 2027 e 2028 são de 3,97% e 3,8%, respectivamente. Apesar da queda nas estimativas, o índice de inflação para este ano ainda se mantém acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 pontos percentuais para mais ou para menos — o que significa um limite superior de 4,5%.
Em julho, o IPCA registrou uma alta de 0,26%, impulsionada principalmente pelo aumento nas contas de energia elétrica. Porém, a queda nos preços dos alimentos ajudou a segurar o índice, que acumulou 5,23% nos últimos 12 meses, ainda acima do limite superior da meta.
Taxa de Juros e Expectativas para os Próximos Anos
A principal ferramenta utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 15% ao ano. Com a desaceleração da economia e a redução da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu interromper o ciclo de altas consecutivas, após sete aumentos seguidos. Embora a Selic seja mantida em 15% ao ano até 2025, o Copom não descartou novos aumentos caso a situação econômica exija.
As projeções do mercado financeiro indicam que a Selic começará a cair a partir de 2026, com a expectativa de redução para 12,5% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que a taxa de juros caia ainda mais, para 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.
Impactos na Economia
A elevação da Selic tem o objetivo de conter a demanda aquecida e, consequentemente, a pressão sobre os preços. Juros mais altos tornam o crédito mais caro e estimulam a poupança, mas também dificultam o crescimento econômico. Quando os juros são reduzidos, o crédito se torna mais acessível, incentivando a produção e o consumo, mas também podendo gerar novos riscos inflacionários.
Projeções para o PIB e o Câmbio
A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 foi revista de 2,21% para 2,18%. Para os próximos anos, a projeção é de 1,86% em 2026, 1,87% em 2027 e 2% em 2028. Em 2024, o PIB brasileiro teve um crescimento de 3,4%, o maior desde 2021, quando o Brasil registrou expansão de 4,8%. No primeiro trimestre de 2023, o crescimento foi de 1,4%, impulsionado especialmente pela agropecuária.
Quanto ao câmbio, a expectativa é que o dólar encerre 2023 cotado a R$ 5,59, com a projeção para 2026 sendo de R$ 5,64.