O intercâmbio comercial entre Brasil e Estados Unidos apresentou um expressivo aumento no déficit em julho de 2025, com uma alta de 1.338,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados, divulgados pela CNN, revelam que o saldo negativo passou de US$ 38,9 milhões em julho de 2024 para aproximadamente US$ 560 milhões no mesmo mês deste ano.

No acumulado de 2025, o Brasil registra um déficit de US$ 2,26 bilhões nas transações com os norte-americanos. Segundo especialistas, o desequilíbrio comercial foi um dos fatores que levaram o governo Trump a implementar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. 

Em carta enviada ao presidente Lula, Trump justificou a medida como necessária para corrigir o que classificou como déficits "insustentáveis" causados por barreiras comerciais brasileiras. 

"Esses desequilíbrios representam uma ameaça significativa para nossa economia e segurança nacional", destacou o líder estadunidense.

Ainda, a análise dos fluxos comerciais de julho revelou que as importações brasileiras de produtos americanos cresceram 18,2%, alcançando US$ 4,27 bilhões, enquanto as exportações para os EUA tiveram expansão mais moderada de 3,8%, totalizando US$ 3,71 bilhões. 

No cenário global, a balança comercial brasileira manteve superávit em julho, embora com desempenho inferior ao do ano anterior. O saldo positivo de US$ 7,1 bilhões representou queda de 6,3% frente aos US$ 7,6 bilhões de julho de 2024. 

Já as exportações totais somaram US$ 32,3 bilhões, contra importações de US$ 25,2 bilhões, resultando em uma corrente de comércio de US$ 57,5 bilhões - valor 6,3% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.