O governo Trump ordenou o envio de 10 caças F-35 para o Caribe, com base aérea em Porto Rico, para apoiar operações contra cartéis de drogas latino-americanos, segundo a agência Reuters. A mobilização acontece em meio a uma forte presença militar americana na região, incluindo sete navios de guerra, um submarino nuclear e aviões espiões.

A operação ocorre após dois caças venezuelanos sobrevoarem o destróier USS Jason Dunham, que atua contra o narcotráfico, e três dias depois do bombardeio de um barco atribuído à gangue venezuelana Tren de Aragua, que resultou na morte de 11 pessoas.

Objetivos e justificativa militar

As aeronaves F-35 têm a missão de conduzir ações contra organizações classificadas como narco-terroristas no sul do Caribe. Duas autoridades americanas disseram à Reuters que os caças devem chegar a Porto Rico até o fim da próxima semana e atuarão próximos à costa venezuelana.

O Departamento de Defesa afirmou que a Venezuela foi advertida a não interferir nas operações contra narcotráfico e terrorismo. “O cartel que controla a Venezuela é fortemente advertido a não tentar, de nenhuma forma, obstruir, dissuadir ou interferir nas operações de combate ao narcotráfico e ao terrorismo conduzidas pelas forças militares dos Estados Unidos”, publicou o Pentágono.

Escalada de tensões entre EUA e Venezuela

Dois caças venezuelanos armados sobrevoaram o USS Jason Dunham no Caribe nesta quinta-feira (4). O Pentágono classificou a ação como uma tentativa de demonstração de força, mas informou que o destróier não reagiu. A embarcação está engajada em operações de combate ao tráfico internacional de drogas, junto de outros navios e submarinos na região.

O governo dos EUA acusa o presidente Nicolás Maduro de chefiar o Tren de Aragua e o Cartel de los Soles, grupos responsáveis por tráfico de drogas, atos de violência e terrorismo. Trump declarou que Maduro é responsável por “assassinatos em massa, tráfico de drogas, tráfico sexual e atos de violência e terror nos Estados Unidos”.

Preparativos militares e cenário de conflito

O envio dos F-35 soma-se à presença de 4.500 militares, navios de guerra e aviões espiões P-8. Especialistas avaliam que o aparato pode indicar uma preparação para intervenção militar na Venezuela. “O volume de recursos militares que os Estados Unidos transferiram para o Caribe são indicações de que eles estão falando sério”, disse Maurício Santoro, doutor em Ciência Política.

Maduro declarou que a Venezuela entrará em luta armada caso seja atacada. “Se a Venezuela for atacada, passaria imediatamente ao período de luta armada em defesa do território nacional, da história e do povo venezuelano”, afirmou. Caracas também mobiliza militares e milicianos para se preparar para um possível confronto.

Operações e estratégias

As operações se apoiam na acusação de que Maduro lidera o Cartel de los Soles e o considera fugitivo da Justiça americana, com recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura. A Casa Branca informou que utilizará “toda a força” contra o governo venezuelano, sem detalhar objetivos militares específicos. Fontes indicam que Trump pediu um “menu de opções” para o país, incluindo eventual invasão.