Salvador terá novo centro de convenções no Palácio Thomé de Souza
Estrutura terá salas para até mil pessoas e arquitetura contemporânea
Por: Iago Bacelar
14/08/2025 • 08:43
A Prefeitura de Salvador vai construir um novo centro de convenções no Palácio Thomé de Souza e na parte subterrânea da Praça Municipal. O anúncio foi confirmado pela presidente da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), Tânia Scofield. O projeto integra o conjunto de ações de revitalização do Centro Histórico.
A sede da prefeitura será transferida para o Palácio Arquiepiscopal, localizado ao lado da Praça da Cruz Caída, após decisão judicial que determinou a saída do Palácio Thomé de Souza. O Ministério Público Federal ajuizou a ação em 2000 sob alegação de que o imóvel não atende às restrições arquitetônicas da área.
“Nós já extrapolamos o prazo dado pela Justiça para sair de onde hoje funciona a sede da prefeitura. Depois de 25 anos de uma ação, em que entramos com todos os recursos cabíveis, chegou o momento em que não há mais recursos a não se cumprir a decisão”, disse o prefeito Bruno Reis.
Local escolhido atende exigência do Iphan
Tanto o Palácio Thomé de Souza quanto o Palácio Arquiepiscopal estão no Centro Histórico de Salvador, tombado pela UNESCO e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Iphan determina que o espaço seja ocupado após a saída da prefeitura.
A gestão municipal definiu que o local receberá o novo centro de convenções após avaliar o desempenho do Centro de Convenções de Salvador (CCS), localizado na Boca do Rio. A expectativa é de que o novo equipamento atraia eventos, seminários, simpósios e encontros que aumentem o fluxo de visitantes no Centro Histórico.
“Pelo normativo do Iphan, aquele espaço precisa ser ocupado com volumetria. O prefeito decidiu que faria ali o centro de convenções. É um equipamento importante para o Centro Histórico porque leva um número grande de pessoas e dinamiza a região”, afirmou Tânia.
Estrutura e capacidade do novo equipamento
O centro de convenções terá duas salas principais — uma para 1000 pessoas e outra para 600 pessoas — com possibilidade de subdivisão para eventos menores. A proposta é adotar arquitetura contemporânea adequada ao entorno histórico.
“Estamos no Centro Histórico, mas não trabalhamos com falso histórico. Não vamos reproduzir o que foi feito antes. Vamos com uma arquitetura contemporânea e que ficará adequada ao espaço”, disse Tânia.
Integração com o Centro de Convenções da Boca do Rio
A presidente da FMLF destacou que não haverá competição entre as duas estruturas. Segundo ela, o centro do Centro Histórico complementará o CCS da Boca do Rio, que não supre toda a demanda atual.
“São áreas completamente diferentes. O centro de convenções do Centro Histórico é um complemento. O da Boca do Rio não dá conta da demanda que vem recebendo desde que foi inaugurado, depois da pandemia”, explicou.
Situação atual do espaço e cronograma
A parte subterrânea da Praça Municipal abriga atualmente uma subestação da Coelba, que negocia com a prefeitura a realocação. O projeto será enviado ao Iphan até dezembro de 2025. A previsão de início das obras é para o segundo semestre de 2026.
Financiamento do projeto
A prefeitura busca financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para executar a obra. O banco já aprovou a proposta e aguarda a finalização do projeto para definição do orçamento.
A FMLF será responsável pela coordenação e elaboração dos planos urbanísticos e arquitetônicos do novo equipamento, assim como já atua em outros projetos públicos estratégicos da capital baiana.