Perícia abre caminho para extradição de Zambelli ao Brasil
Defesa prepara novo laudo para contestar prisão em Roma
Por: Iago Bacelar
27/08/2025 • 08:51
A Justiça da Itália divulgou um laudo médico que aponta condições para a manutenção da prisão da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) no país, além de abrir caminho para uma eventual extradição ao Brasil.
O documento foi elaborado pela especialista em medicina legal e ciências forenses Edy Febi, que avaliou o estado físico e mental da brasileira. A análise indica que a parlamentar pode continuar em tratamento na penitenciária de Rebibbia, em Roma.
Laudo detalha saúde física e mental
A médica identificou em Zambelli um quadro de transtorno depressivo, mas destacou que não houve registro de automutilação ou comportamento anticonservador desde o início da detenção.
“Desde o início de sua detenção até a avaliação pericial, nenhuma indicação de automutilação ou comportamento anticonservador foi relatada”, afirmou a especialista.
Além disso, o relatório menciona a Síndrome de Ehlers-Danlos, doença rara que provoca frouxidão em músculos e articulações. Apesar do diagnóstico, o quadro clínico não é considerado potencialmente fatal.
Condições para continuar em Rebibbia
O parecer médico concluiu que não há incompatibilidade entre a condição de saúde de Zambelli e o ambiente prisional.
“Por fim, concluímos que não há provas de que o estado de saúde seja incompatível com o regime prisional, incluindo suas necessidades terapêuticas demonstradas, todas as quais podem ser atendidas dentro do centro de detenção”, disse a especialista.
A perícia também confirmou que a deputada tem condições de viajar de avião caso seja determinada a extradição para o Brasil.
Defesa contesta avaliação
A defesa de Carla Zambelli contesta o laudo italiano e apresentará em audiência uma avaliação médica própria, que aponta impossibilidade de a deputada seguir detida em Rebibbia.
A nova audiência está marcada para quarta-feira, 27, em Roma.
Prisão e condenação
A parlamentar está presa desde 29 de julho. Na última audiência, a Justiça autorizou o acesso a medicamentos dentro da prisão feminina de Rebibbia.
Em maio, Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por participar da invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) junto ao hacker Walter Delgatti.
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