Marina Silva diz que vetos de Lula ao PL ambiental beneficiam o país
Ministra afirma que decisão preserva direitos indígenas e protege o meio ambiente
Por: Iago Bacelar
14/08/2025 • 14:00
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (13) que o governo está aberto ao diálogo com o Congresso sobre os 63 vetos do presidente Lula ao PL 2.159, conhecido como PL da Devastação, que flexibiliza licenças ambientais.
Vetos agilizam processos sem prejudicar direitos
Em evento com representantes de diferentes matrizes religiosas, Marina Silva disse que os vetos permitem agilizar processos sem comprometer a qualidade do licenciamento e os direitos de povos indígenas e quilombolas.
“Estamos com muita disposição de dialogar com os parlamentares para mostrar que os vetos do presidente ajudam o Brasil. Possibilitam agilizar processos sem perder a qualidade do licenciamento, sem prejudicar o direito dos povos indígenas e quilombolas”, afirmou.
A ministra destacou que as decisões do governo federal garantem segurança jurídica e preservam o meio ambiente. Segundo Marina, a intenção é que o país avance em licenciamento sem abrir mão da proteção ambiental.
COP30 será de trabalho intenso
Durante o evento chamado Fé no Clima, Marina Silva abordou a preparação do Brasil para sediar a conferência do clima COP30. “A COP30 não será festa, mas muito trabalho”, disse, ressaltando que ações efetivas são necessárias para o sucesso da conferência e das políticas públicas de combate às mudanças climáticas.
Ela alertou que os países vulneráveis, especialmente pequenas ilhas, já enfrentam graves consequências das alterações climáticas e precisam de apoio internacional.
Fé e ciência em diálogo pelo meio ambiente
A ministra defendeu a necessidade de um “mutirão” de conscientização e colaboração em prol da preservação ambiental, reunindo diferentes culturas e lideranças. Para Marina Silva, fé e ciência são suplementares e podem dialogar mesmo com posicionamentos divergentes.
“Mesmo que outra pessoa seja radicalmente diferente. A filosofia, a ciência, a poesia, a espiritualidade têm a capacidade de antecipar as coisas. E há muitas coisas que a ciência comprova hoje que a filosofia e a espiritualidade já haviam dito antes”, explicou.
Ela afirmou que o mutirão inclui cientistas, lideranças políticas, empresários, mulheres e povos tradicionais, ressaltando que a diversidade de contribuições fortalece ações contra a devastação e as mudanças climáticas.
Participação de diferentes setores
No evento, Marina Silva reforçou a importância de envolver religiosos e líderes comunitários no debate ambiental. Segundo ela, o diálogo entre fé, ciência e sociedade é essencial para criar políticas públicas eficazes e assegurar que o Brasil mantenha padrões elevados de licenciamento ambiental.
A ministra destacou que os vetos de Lula não impedem o desenvolvimento, mas promovem uma condução responsável do processo, equilibrando interesses econômicos e proteção do meio ambiente.
Ela concluiu lembrando que o país precisa consolidar ações efetivas, envolvendo setores variados, para garantir que a conferência COP30 seja bem-sucedida e contribua para a preservação ambiental global.
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