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Política

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Lula manda recado a Trump e fala em volta do "Lulinha paz e amor"

Brasil prepara retaliação contra tarifa de 50% dos americanos

Por: Iago Bacelar

29/08/202508:40

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (28) que está aberto a negociar com o presidente dos Estados Unidos Donald Trump sobre o tarifaço de 50% imposto a produtos brasileiros.

Lula manda recado a Trump e fala em volta do "Lulinha paz e amor"
Foto: Ricardo Stuckert / PR

Lula se coloca à disposição para diálogo

“A hora que eles quiserem negociar, o Lulinha paz e amor está de volta”, afirmou Lula em entrevista ao programa Balanço Geral MG, da Rede Record.

O petista disse que não recusa negociações, mas que os americanos não demonstraram interesse. Ele lembrou que designou Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira para conduzir o diálogo, mas até agora não houve resposta dos Estados Unidos.

“Ninguém pode dizer que eu não quero negociar. O problema é que os americanos não querem negociar. São três ministros de alto nível para negociar. Só que ninguém dos Estados Unidos quer conversar”, declarou.

Críticas à postura de Trump

Lula afirmou que Trump se considera superior aos demais líderes mundiais.

“O presidente americano se acha dono do planeta. Ele acha que pode afirmar o que ele quiser e os outros têm que obedecer. E ficam dizendo que o Lula tinha que ligar. Eu não”, disse.

Segundo o presidente, os EUA não enviaram sequer uma carta formal sobre o tema.

Comércio com China e críticas a Zema

Durante a entrevista, Lula destacou que a China é hoje o principal parceiro comercial do Brasil, com US$ 160 bilhões em trocas anuais, o dobro da relação com os Estados Unidos, que movimenta US$ 80 bilhões. Ele disse que o comércio com os chineses gera um superávit de mais de US$ 30 bilhões, enquanto o saldo com os norte-americanos é deficitário em cerca de US$ 410 milhões nos últimos 15 anos.

Lula também criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), por declarações contra ele.

“Se ele estudasse um pouco, se ele deixasse de querer ser um falso humilde e bater o pé na verdade, ele ia saber que nós temos outro mecanismo para vender nossos produtos”, afirmou.

Resposta ao tarifaço

O governo brasileiro iniciou nesta quinta-feira (28) os procedimentos para aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos. O Itamaraty comunicou a decisão à Câmara de Comércio Exterior (Camex), que terá 30 dias para avaliar se o caso se enquadra na legislação.

Os EUA serão notificados oficialmente nesta sexta-feira (29). O processo pode levar até sete meses, já que envolve consultas formais ao governo americano antes da adoção de contramedidas.

A Lei da Reciprocidade, sancionada em abril, autoriza o Brasil a reagir a medidas unilaterais de outros países que prejudiquem a competitividade nacional.