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COP30 convoca setor privado para acelerar ações climáticas

Carta brasileira convida empresas a integrar agenda global

Por: Iago Bacelar

29/08/202518:00

A presidência brasileira da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago, divulgou nesta sexta-feira (28) uma carta à comunidade internacional convidando o setor privado a integrar a agenda de ação climática proposta pela liderança brasileira.

COP30 convoca setor privado para acelerar ações climáticas
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Setor privado como protagonista na COP30

Segundo Corrêa do Lago, a participação de atores além dos Estados é essencial para a implementação da COP. “Os Estados, obviamente, são essenciais porque são os únicos que negociam, também são importantíssimos porque governam, mas a gente quer acentuar a presença dos entes subnacionais, das universidades, da sociedade civil, das pessoas, dos indivíduos e, neste caso, do empresariado”, disse o embaixador.

A carta reforça que o avanço promovido pelo setor privado deve ser acelerado de forma exponencial. “O impacto do nosso trabalho nos próximos 30 anos dependerá da nossa capacidade de criar as condições regulatórias, econômicas e sociais nacionais para que os objetivos do Acordo de Paris funcionem para as pessoas e para as empresas”, afirmou Corrêa do Lago.

COP30 como referência global

O embaixador destacou que a COP30 pode definir novas regras para o mercado mundial, gerando novas frentes de negócios transformadores. A carta cita a transição energética, que movimentou mais de US$ 2 bilhões em investimentos globais e gerou 35 milhões de empregos em 2023, segundo relatório das Nações Unidas.

A diretora executiva da COP30, Ana Toni, reforçou que o chamado é para que todas as empresas atuem de forma mais intensa. “Mas esse chamado é para que as empresas atuem ainda mais, não só as pioneiras e os visionários, mas todos, para dar escala e acelerar o processo da maneira que a gente precisa no combate à mudança do clima”, afirmou.

Ferramentas de monitoramento e ação

A presidência brasileira sugere que o setor privado se baseie no Balanço Global (GST) apresentado na COP28. Um Grupo de Ativação será responsável por reunir iniciativas pioneiras, escaláveis e reais, em uma plataforma chamada Celeiro de Soluções. Cada iniciativa terá um Plano de Aceleração de Soluções, com ajustes em políticas, parcerias e financiamentos necessários.

“A questão do monitoramento é central, porque quando a gente foi fazer o levantamento de tudo que já tinha sido apresentado nas agendas de ação anteriores, a gente se deu conta de que tinha quase 490 iniciativas. Ninguém lembra nem de 30, então tem ações que a gente já podia fazer”, destacou Corrêa do Lago.

Oportunidades e colaboração

A carta enfatiza que a colaboração público-privada pode acelerar a ação climática e criar oportunidades vantajosas. “A transição para uma economia de baixo carbono e resiliente ao clima é agora um dos maiores motores de inovação e crescimento da história. Da energia limpa e agricultura regenerativa às cadeias de abastecimento circulares e soluções baseadas na natureza, as fronteiras dos negócios sustentáveis expandem-se exponencialmente — e o mesmo acontece com as oportunidades”, ressaltou.

O comunicado conclui reforçando o convite a CEOs, investidores, inovadores e empresários para participarem em Belém, destacando que a Amazônia simboliza a urgência climática e é o lar de pessoas na linha de frente da crise. “Vir a Belém é uma chance de arregaçar as mangas, ouvir, aprender e participar do espírito colaborativo do Mutirão Global”, finalizou a presidência da COP30.