"Alexandre de Moraes encarna um desequilíbrio no Estado Constitucional", afirma João Roma
No Portal Esfera no Rádio, deputado critica decisões do STF e debate atuação do Judiciário
Por: Iago Bacelar
18/08/2025 • 13:14 • Atualizado
Durante entrevista ao programa Portal Esfera no Rádio, na Itapoan FM, o presidente do PL na Bahia, João Roma (PL) abordou a atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e o impacto de suas decisões no equilíbrio entre os poderes da República. Roma criticou o que considera interferência do Judiciário em matérias de competência exclusiva do Legislativo, afirmando que o episódio evidencia um desequilíbrio institucional.
Segundo o parlamentar, o ministro do STF tem ultrapassado limites legais, assumindo posições que fogem à previsão constitucional. Ele reforçou que a população brasileira precisa de menos decepção na vida pública e não de heróis individuais.
"Alexandre Moraes hoje encarna esse personagem, essa títis do que nós defendemos para um estado constitucional, um estado que possa representar todos os brasileiros", afirmou Roma, criticando a postura do ministro.
Desequilíbrio institucional e atuação do STF
João Roma explicou que a atuação de Alexandre de Moraes em decisões envolvendo o Legislativo e o Executivo demonstra desequilíbrio institucional. Segundo o deputado, o ministro se sobrepôs a votações da Câmara e do Senado, interferindo em decisões sobre temas como o IOF, sem previsão legal para tal ação.
O parlamentar enfatizou que a população não precisa de heróis individuais, mas de transparência e responsabilidade dos atores públicos. Ele afirmou que a eleição do presidente Bolsonaro representou um fenômeno de insatisfação com o sistema político, resultado do descontentamento popular com a vida pública e da necessidade de mudanças.
"O brasileiro não precisa de herói, não. O brasileiro precisa de menos decepção", destacou Roma, reforçando que a política deve avançar sem sobreposição indevida dos poderes.
Reflexos para a política brasileira
João Roma observou que a percepção de heróis nacionais como Alexandre de Moraes ou Sérgio Moro, por parte de parte da população, é fruto de um descontentamento histórico com o sistema político. Ele defende que o país deve buscar o fortalecimento das instituições e o respeito à separação de poderes, evitando interferências que comprometam a estabilidade democrática.
O ex-deputado ressaltou que a decepção com a vida pública é mais perigosa do que eventuais falhas individuais, e que o movimento antissistema representado por Bolsonaro surgiu como reação à percepção de corrupção, impunidade e falta de representatividade.
"Chegamos a um período em que a decepção com a vida pública foi muito maior do que qualquer estudo que a vida pública pudesse fornecer", concluiu Roma.
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