De acordo com os dados da Fundação Ellen MacArthur, ONG internacional dedicada à promoção da economia circular, estima-se que em todo o mundo são produzidos, por ano, cerca de 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis, onde só o Brasil é responsável por 4 milhões de toneladas anuais. Ainda, segundo o levantamento, 80% dos resíduos têxteis são incinerados, aterrados ou vão parar em lixões e no meio ambiente, o que representa danos ambientais e à saúde. No entanto, o mercado da moda baiana tem apresentado iniciativas que buscam unir o uso consciente da moda com a sustentabilidade. 

Durante o último dia da INDEX 2025, a fashion designer e especialista em inovação e design circular, Lourrani Baas, conversou com o Portal Esfera e explicou o que é a moda sustentável.

“A moda sustentável é uma moda que tem uma finalidade regenerativa, ou seja, de trabalhar com recursos que não sejam recursos que tenham finitude, que sejam recursos renováveis. Dentro da moda sustentável, a gente tem muito desta questão da regeneração, da restauração, da tentativa de regenerar o que foi já gasto e não gastar ainda o que a gente tem”, afirmou a especialista.

A prática da moda sustentável ganha força em um momento especial, onde o consumo “fast-fashion” (ou seja, roupas e acessórios que são descartados com pouco tempo de uso) torna-se cada vez mais indesejada, tanto pelo público, quanto pelas marcas. Na última edição da São Paulo Fashion Week, por exemplo, as grifes deixaram claro que as práticas de cuidado com o meio ambiente, por meio do uso de recursos já existentes, são necessárias para o mercado nos dias atuais.

Nesse sentido, Lorraini destaca que a moda baiana sustentável já é uma realidade. No entanto, é fundamental que o público e o mercado entendam que a prática não é simplesmente uma forma de adotar hábitos mais conscientes de consumo, e sim, uma fonte potencial de negócio para a economia do estado.

“A gente entende que a moda sustentável é um oceano de possibilidades. Mas, como todo o oceano, sempre tem uma maré mais lenta, tem uma maré mais turbulenta. Então, a gente precisa saber qual o melhor caminho para que a moda sustentável se estabeleça não só como uma onda, sabe? Não só como 'vamos salvar o planeta', mas como um produto que ele é rentável, que ele é durável, que ele é versátil", alertou Baas.

Bolsa da marca

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"A moda dificilmente vai parar de produzir, mas a gente precisa pensar soluções sustentáveis para que a gente consiga equalizar esse resíduo. E quando a grande tecelagem entender que o resíduo dela é dinheiro, eu acho que essa situação muda. A minha missão é fazer com que as grandes produtoras de moda, as grandes tecelagens, as grandes indústrias, olhem o resíduo que elas jogam no meio ambiente e entendam que isso é jogar o dinheiro fora", completou.