O WhatsApp, aplicativo de mensagens mais usado no mundo, confirmou que exibirá anúncios pela primeira vez. A Meta anunciou que a publicidade será inserida na aba Atualizações, em canais e no status, preservando as conversas privadas e grupos.

Publicidade no WhatsApp muda dinâmica da plataforma

A medida marca uma mudança histórica. O aplicativo, até então livre da lógica publicitária, passa a atuar como canal de mídia no ecossistema digital. Segundo Fernanda Cunha, cofundadora e CEO da Kipiai, em artigo para o Metrópoles, essa novidade não é um ajuste simples.

Ela explica que o WhatsApp não será um espaço para vendas diretas, mas sim um ponto de partida patrocinado para conversas entre marcas e pessoas.

Do inventário à construção de relacionamento

Com mais de 3 bilhões de usuários mensais, a inserção de anúncios no WhatsApp redesenha a forma como as marcas descobrem, engajam e se relacionam com consumidores. A plataforma não se configurará como um novo canal de awareness.

Somente empresas com ofertas relevantes terão retorno, atuando como filtro natural no contato comercial.

O desafio está no fato de que o WhatsApp é um espaço íntimo, onde os usuários mantêm conversas com amigos, família e contatos importantes. Isso exige que as marcas sejam legítimas e úteis, sob pena de serem ignoradas.

Concorrência pela atenção será mais agressiva

Até o momento, empresas já utilizavam o WhatsApp para vendas e atendimento de forma orgânica, com links, QR codes e chatbots. A mudança da Meta insere investimento direto na visibilidade.

Agora, canais promovidos disputarão espaço no guia da plataforma. A atenção do usuário deixa de ser consequência do engajamento para se tornar um produto que pode ser comprado.

Especialistas alertam para o risco de perda de controle por parte do WhatsApp sobre o que os usuários veem e com quem interagem. Para evitar rejeição, as marcas precisarão investir em relevância e contexto desde o primeiro contato.

Publicidade no WhatsApp exige mudança na postura das empresas

A chegada da publicidade ao WhatsApp desafia as empresas a mudarem de postura. Não basta anunciar, será preciso conquistar a permissão para conversar com o usuário.

Fernanda Cunha ressalta que quem insistir em tratar a conversa como uma campanha tradicional corre o risco de falar sozinho.