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Plataforma de delivery 99Food volta a operar em São Paulo

Restaurantes ficam isentos de taxas por 12 meses

Por: Iago Bacelar

13/08/202513:00

A plataforma de entrega 99Food voltou a operar em São Paulo, quatro anos após deixar o mercado. A empresa destinará R$ 500 milhões à capital e região metropolitana para consolidar sua nova fase de atuação.

Plataforma de delivery 99Food volta a operar em São Paulo
Foto: Divulgação/99Food

Expansão da operação e investimento

O aplicativo conta atualmente com 20 mil estabelecimentos cadastrados e 50 mil entregadores registrados. Segundo Simeng Wang, diretor-geral da 99, o objetivo é ampliar a competitividade no setor de delivery, sem meta definida de participação de mercado.

A empresa encerrou atividades no início de 2023 devido à forte concorrência, principalmente com o iFood, líder do setor. Em abril, a 99Food anunciou seu retorno ao país com investimento total de R$ 1 bilhão, iniciando a operação em Goiânia, onde realizou 1 milhão de entregas em 45 dias.

Demanda e estratégia para restaurantes

Segundo Wang, a retomada atende a uma demanda reprimida. “Os restaurantes enfrentam comissões elevadas que comprometem os lucros, enquanto os consumidores se queixam dos altos preços. Acreditamos no crescimento do setor”, afirmou.

O modelo inicial da 99Food prevê isenção de comissões por 12 meses. A medida inclui taxas sobre pedidos e mensalidades, permitindo que os preços cobrados no aplicativo sejam iguais aos do consumo presencial.

Benefícios para consumidores e entregadores

Para atrair clientes, a plataforma oferece:

  • Preços iguais aos cardápios dos restaurantes

  • Cupons de até R$ 99 para novos usuários, divididos em cinco descontos

  • Frete grátis nos primeiros pedidos

  • Promoções exclusivas no primeiro uso

Os entregadores terão incentivos diferenciados, como:

  • R$ 400 por dia para quem realizar 15 entregas diárias de comida durante o primeiro mês

  • R$ 250 por dia para 20 entregas, desde que cinco sejam refeições

Bruno Rossini, diretor sênior de Comunicação da 99, afirma que a isenção de custos para restaurantes gera economia para o consumidor, reduzindo o valor final dos pedidos.

Dados do setor

Pesquisas internas da 99Food apontam:

  • 63% dos consumidores já deixaram de pedir delivery por causa do preço

  • 94% dos consumidores e 81% dos restaurantes acreditam que custos dos apps encarecem os pedidos

  • 85% dos estabelecimentos investiriam a economia em melhorias

  • 92% dos clientes comprariam mais se houvesse app sem taxas para restaurantes

Concorrência internacional

A 99Food pertence à chinesa Didi Chuxing, que não é a única empresa estrangeira interessada no Brasil. A Meituan, líder global do setor, anunciou investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões) em cinco anos e planeja lançar o aplicativo Keeta ainda em 2025. A companhia, com mais de 770 milhões de usuários ativos na China, realiza entregas inclusive por drones.

Resposta da concorrência nacional

O iFood planeja investir R$ 17 bilhões até março de 2026, visando:

  • Aumentar base de usuários de 55 para 80 milhões

  • Expandir pedidos mensais de 120 para 200 milhões

  • Contratar mais de 1.100 funcionários, ultrapassando 8.600 colaboradores

A Rappi investirá R$ 1,4 bilhão nos próximos três anos para expandir de 30 mil para 100 mil restaurantes e atender 300 cidades.

Histórico e mercado competitivo

A 99Food se junta a aplicativos que já tentaram e recuaram no Brasil. A Glovo deixou o país em 2019 após um ano, alegando intensa concorrência, e o Uber Eats saiu do delivery de comida em 2022, mantendo apenas serviços de supermercado e pacotes. Em 2023, a 99Food suspendeu suas atividades para focar em mobilidade e entrega via moto.