Jogadoras indígenas celebram futebol no Museu do Futebol até agosto
Programação inclui dança ritual, exposições e rodas de conversa sobre futebol feminino indígena
Por: Iago Bacelar
09/08/2025 • 12:38 • Atualizado
Jogadoras indígenas protagonizam programação especial no Museu do Futebol até 31 de agosto, em celebração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas neste sábado (9). O evento gratuito em São Paulo inclui apresentações artísticas, exibições de filmes e rodas de conversa.
Ritual Guarani e coral abrem a programação
Um dos destaques é o Ritual Kuery Kaguy Ijá - Guerreiros Guardiões e Guardiãs das Florestas & Coral M’barete, do povo Guarani Mbyá. A dança ensina autodefesa por meio do desenvolvimento das habilidades de reflexo e resistência.
Susana Pakua, atleta que participa de coletivos indígenas, explica a importância do ritual de dança.
“Nossos rituais, nossas danças são muito sagradas. Elas são sempre para falar de Nhanderú, nosso deus, nosso pai verdadeiro que guia a gente e faz com que tenhamos força todos os dias para enfrentar as dificuldades. O ritual de dança é muito importante porque mostra nossa identidade como Guarani Mbyá.”
Exposição destaca futebol feminino Guarani Mbyá
A mostra Jaraguá Kunhangue Ouga’s - O jogo das mulheres apresenta fotografias, vídeos e objetos produzidos pelas jogadoras que registram o futebol e o cotidiano da comunidade Guarani Mbyá.
Susana Pakua comenta a importância da documentação para as mulheres indígenas.
“As lentes são outra forma que temos de registrar momentos, capturar a história que tá acontecendo e a força do futebol feminino. É sempre importante documentar a nossa existência, não só a luta, mas também o lazer, nosso momento de divertimento, em que estamos sendo nós mesmas.”
Museu do Futebol recebe programação gratuita em São Paulo
O Museu do Futebol está localizado na Praça Charles Miller, no bairro Pacaembu, e funciona de terça a domingo, das 9h às 18h. A programação segue até 31 de agosto, com entrada gratuita.
Dia Internacional dos Povos Indígenas é data de luto e homenagem
Para Susana Pakua, o Dia Internacional dos Povos Indígenas é uma data marcada pelo luto.
“A gente tem esse dia marcado no calendário por conta de tantos povos que foram brutalmente assassinados ou violentados de alguma forma. Mas, a gente também vem ressignificando ao longo do tempo. Encaramos como uma forma de homenagem aos nossos ancestrais que deram a vida para que pudéssemos ter o direito de viver da nossa maneira.”
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