O Bahia atravessa um momento curioso e incômodo no Campeonato Brasileiro de 2025. Apesar de ocupar uma posição confortável na tabela e de apresentar um desempenho consistente contra os principais clubes da competição, o Tricolor de Aço ainda não conseguiu vencer nenhum time que está atualmente na zona de rebaixamento. Essa estatística chama atenção e levanta questionamentos sobre a regularidade da equipe comandada por Rogério Ceni, especialmente nos jogos considerados “mais acessíveis” no papel.

Até aqui, foram quatro confrontos diretos contra equipes do Z-4, e os resultados frustraram o torcedor. O Bahia empatou com o Santos, o Mirassol e o Fortaleza, e acabou sendo derrotado no clássico regional contra o Vitória,  justamente o lanterna da competição naquele momento. Em todas essas partidas, o time teve maior posse de bola e volume ofensivo, mas falhou na finalização ou foi surpreendido por erros defensivos em momentos decisivos.

A situação preocupa não apenas pelo desempenho em si, mas também pelas consequências na tabela. Pontos desperdiçados contra clubes da parte de baixo do campeonato podem fazer falta em disputas futuras por vaga em competições internacionais,  ou até mesmo em uma possível briga pelo título, caso a equipe mantenha a boa fase nas demais rodadas. Além disso, a falta de vitórias nesses duelos levanta um alerta sobre a concentração e o preparo psicológico do elenco em partidas de menor apelo midiático, mas que exigem a mesma intensidade e atenção tática.

A próxima oportunidade para o Bahia quebrar esse jejum será diante do Juventude, em mais um duelo contra um time ameaçado pelo rebaixamento. O confronto representa não apenas a chance de conquistar três pontos, mas também de mostrar maturidade e evolução frente a um tipo de adversário que tem sido um obstáculo inesperado na campanha tricolor.

Superar esse tabu pode ter um efeito simbólico importante para o grupo. Vencer times do Z-4 é mais do que uma obrigação numérica: é uma demonstração de força e foco, ingredientes essenciais para quem almeja voos altos no Brasileirão. Rogério Ceni, que vem sendo elogiado pelo estilo de jogo ofensivo e pela organização do time, terá agora o desafio de ajustar a equipe emocionalmente e taticamente para garantir que a superioridade técnica do Bahia se reflita no placar também contra os últimos colocados.