Brasileiros enfrentam barreiras para entrar em países por conflitos ou alta burocracia
Conflitos, regras rígidas e ausência de embaixadas limitam acesso a vários destinos
Por: Iago Bacelar
07/08/2025 • 14:00
Apesar de o passaporte brasileiro permitir entrada em mais de cem países, há destinos onde a visita de turistas é desestimulada ou torna-se quase impossível devido a conflitos armados, regimes autoritários, exigências burocráticas ou restrições logísticas. A entrada de brasileiros, embora não seja oficialmente proibida, encontra diversos obstáculos nessas regiões.
Conflitos e extremismo afastam turistas do Afeganistão
O Afeganistão vive um cenário de instabilidade constante. Embora a emissão de visto não seja complexa, os riscos relacionados a grupos extremistas e conflitos armados tornam a permanência perigosa para qualquer estrangeiro.
A situação de segurança é um fator crítico, o que leva muitos viajantes a evitarem o destino. Brasileiros não estão proibidos de entrar, mas há alertas severos para não visitar o país sem uma justificativa essencial e planejamento específico.
Butão impõe modelo exclusivo e elitizado de turismo
O Butão, situado entre as montanhas do Himalaia, adota uma política de turismo restrita. O visitante é obrigado a contratar pacotes oficiais com agências locais, pagos antecipadamente, com valores altos e inflexíveis.
Além do custo elevado, o processo de obtenção de visto exige planejamento com bastante antecedência. O país desestimula viajantes independentes e prioriza um turismo controlado, com foco em visitantes de alto poder aquisitivo.
Somália e Eritreia impõem obstáculos extremos
A Somália se destaca pelos elevados níveis de violência, sequestros e conflitos armados. O país está entre os destinos mais perigosos do mundo para turistas. Por questões de segurança, a recomendação é evitar qualquer deslocamento para a região.
Já a Eritreia, também no continente africano, apresenta outro tipo de barreira. O país é comandado por um regime autoritário e não possui representação diplomática no Brasil. O processo para obtenção de visto é lento, burocrático e carente de canais diretos de contato, o que dificulta consideravelmente qualquer tentativa de viagem.
Coreia do Norte exige controle total durante a visita
Na Coreia do Norte, o turismo é possível apenas por meio de excursões oficiais, com vigilância constante e sem liberdade de circulação. Os visitantes são acompanhados o tempo inteiro e qualquer desvio do roteiro pode ser considerado ofensivo.
Tirar fotos fora dos locais autorizados, circular sozinho ou fazer perguntas inconvenientes são atitudes que podem gerar punições. A entrada de brasileiros é permitida, mas sob regras rígidas e sem garantias de privacidade.
Paquistão tem exigências que dificultam o acesso
Para viajar ao Paquistão, o visitante precisa apresentar visto, carta-convite e outros documentos específicos. A ausência de consulados fora de Brasília torna o processo mais difícil para quem vive em outras regiões do país.
A burocracia e os procedimentos consulares contribuem para que muitos desistam do destino. Mesmo com motivação turística, o acesso é considerado desestimulante e demorado.
Ilhas no Pacífico são quase inacessíveis
Países como Nauru e Kiribati, localizados no Oceano Pacífico, não estão em guerra nem vivem sob regimes autoritários, mas são quase inalcançáveis para turistas brasileiros. A dificuldade está na escassez de voos, ausência de embaixadas no Brasil e infraestrutura limitada para o turismo.
O processo de obtenção de vistos exige contatos diretos com governos locais e empresas aéreas que operam com pouca regularidade. A logística de chegada e permanência torna esses destinos inviáveis para a maioria dos viajantes.
Escolher destinos com acesso facilitado pode evitar contratempos
Embora a curiosidade por lugares inusitados cresça entre turistas, é importante que viajantes brasileiros verifiquem previamente as exigências consulares, condições políticas e nível de risco de segurança antes de comprar passagens. A recomendação é sempre buscar destinos que ofereçam estabilidade, infraestrutura mínima e boas relações diplomáticas com o Brasil.
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