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Bahia registra menor taxa de desemprego em 12 anos, mas informalidade preocupa

Informalidade atinge 52,3% dos trabalhadores e limita desenvolvimento econômico

Por: Iago Bacelar

25/08/202511:05

A Bahia registrou no segundo trimestre de 2025 a menor taxa de desemprego desde 2012, segundo dados da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE. O índice caiu de 11,1% no primeiro trimestre para 9,1%, o que representa uma redução de 128 mil pessoas na desocupação, passando de 776 mil para 648 mil.

Bahia registra menor taxa de desemprego em 12 anos, mas informalidade preocupa
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O número de ocupados aumentou 3,4% em relação ao trimestre anterior, equivalente a 214 mil pessoas a mais, e frente ao mesmo período de 2024 houve crescimento de 406 mil ocupados, alta de 6,7%.

O estado se destacou no Nordeste em geração de empregos com carteira assinada, com 3,16% de crescimento relativo, superior à média regional (2,06%) e nacional (2,59%) no acumulado do ano.

Setores que impulsionam o mercado de trabalho

Segundo o Secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Augusto Vasconcelos, os setores que lideram a ocupação são comércio, serviços, agricultura, turismo e construção civil. Ele também destacou investimentos industriais, com retorno da indústria naval, automobilística e tecnológica.

“Estamos com a menor taxa de desemprego da década, resultado direto dos bons ventos da nossa economia, da atração de investimentos, elevação da qualificação profissional e melhoria do sistema de intermediação para o trabalho”, afirmou.

Informalidade e desafios estruturais

Apesar da redução no desemprego, a Bahia enfrenta alta informalidade, com 52,3% dos ocupados trabalhando sem registro formal, totalizando 3,375 milhões de pessoas. O índice cresceu 11,5% em comparação ao segundo trimestre de 2024.

O doutor em Ciências Econômicas Antonio Carvalho alerta que a situação ainda é preocupante. “A evolução nas taxas de desocupação deixa a posição da Bahia ‘menos pior’, pois ainda é incômoda e entristecedora”, afirmou. Ele cita desafios estruturais, como infraestrutura precária, portos e aeroportos limitados, rodovias mal conservadas e segurança pública ineficiente, que dificultam a atração de investimentos e geração de empregos de qualidade.

Impactos da economia no mercado de trabalho

Carvalho explica que desemprego e informalidade geram um ciclo negativo. Pessoas sem renda consomem menos, diminuindo a produção e a comercialização de bens e serviços, o que resulta em menor atividade econômica e menos empregos.

Além disso, ele destaca que setores predominantes no estado oferecem salários baixos e poucas perspectivas de crescimento, mantendo parte da população em condições vulneráveis e dificultando o desenvolvimento econômico.

Programas do governo para geração de empregos

O governo da Bahia tem adotado políticas voltadas para formalização e inclusão produtiva, como:

  • Capacitação profissional para jovens, mulheres e segmentos vulneráveis

  • Apoio a micro e pequenos empreendedores com o programa Credibahia

  • Incentivo à regularização de trabalhadores via MEI

  • Investimentos em infraestrutura e atração de empreendimentos industriais e tecnológicos

Segundo a Setre, os programas têm ajudado parte da população a se inserir de forma mais estável no mercado de trabalho, apesar do crescimento da informalidade.