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Entenda os dois defeitos que a Ford Ranger pode apresentar antes de comprar uma

Lançada no Brasil em 2012, modelo já foi alvo de recall massivo

Por: Gabriel Pina

31/08/202507:00Atualizado

Lançada no Brasil em 2012, a Ford Ranger foi, dentro da estratégia global da Ford, posicionada no mercado como um veículo moderno, espaçoso e potente, com um amplo pacote de equipamentos e porte robusto para competir diretamente com rivais como Toyota Hilux, Chevrolet S10 e Mitsubishi L200. No entanto, com o passar dos anos, o modelo foi alvo de incidentes e recalls pela fabricante por falhas diversas. Relembre algumas:

Ford Ranger laranja
Foto: Divulgação/Ford

Ao longo de sua comercialização, a Ranger ofereceu diversas opções de motorização, incluindo versões 2.5 flex, 2.2 diesel e a potente 3.2 diesel de cinco cilindros, em que os clientes podiam escolher entre câmbio manual ou automático, além de tração 4x2 ou 4x4. Em 2016, a picape passou por uma significativa reestilização, que trouxe mais tecnologia, como o sistema multimídia Sync, controles eletrônicos de tração e assistência de frenagem de emergência.

No entanto, existem dois problemas graves e amplamente documentados que exigem atenção especial antes da aquisição de um modelo: o risco de incêndio em versões diesel e uma série de falhas mecânicas e elétricas.

Em setembro de 2018, a Ford anunciou um recall massivo que atingiu todas as unidades diesel da Ranger vendidas entre 2012 e 2019. O problema identificado foi o acúmulo de material vegetal, como folhas secas, capim e gravetos, próximo à travessa da transmissão, uma região muito quente devido à proximidade com o escapamento. Esse acúmulo, combinado com o calor, representava um risco de incêndio espontâneo, principalmente em uso rural, off-road ou em estradas de terra.

O recall, registrado sob o número 994 no Ministério da Justiça, envolveu 81.758 veículos. A solução oficial consistiu na instalação de um defletor térmico e um protetor de travessa, criando uma barreira física entre o escapamento e os possíveis detritos. Apesar da convocação, muitos proprietários relataram não ter sido notificados pela marca e só tomaram conhecimento do problema por conta própria.

Entretanto, ainda há registros no Reclame Aqui de consumidores que sofreram com incêndios no cofre do motor mesmo após realizar a manutenção preventiva. Atualmente, a não realização desse recall impede a transferência e o licenciamento do veículo, facilitando a identificação de unidades pendentes.

Além desse risco, a Ranger também apresentou falhas mecânicas e elétricas recorrentes em seu motor 3.2 turbodiesel, que embora elogiado pelo desempenho, é alvo de críticas por consumo excessivo de óleo lubrificante, falhas no turbo, desgaste prematuro dos bicos injetores e, em casos extremos, trincas no bloco do motor. Alguns proprietários relatam ter de completar vários litros de óleo entre as trocas regulares, mesmo com a manutenção em dia dentro da quilometragem recomendada.

Questionada pelo portal G1, a Ford informou que "realiza um monitoramento contínuo dos principais modos de falha em seus veículos para identificar os fatores responsáveis e promover melhorias constantes". Ainda, a empresa afirmou que "se novas reclamações sobre esta falha forem feitas, a Ford estará à disposição para analisar o caso e, se cabível, adotar as medidas necessárias junto ao cliente”.