O ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, foi preso pela Polícia Federal na última quarta-feira (3) por integrar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou cerca de R$ 140 milhões em cinco anos. 

Segundo as investigações, o grupo com o qual o suspeito atuava utilizava grandes volumes de dinheiro em espécie, conversões de reais para dólares, além de uma empresa de fachada para ocultar a origem ilícita dos recursos. Outro fator são os cálculos realizados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e da Polícia Federal, onde o ex-deputado e seus comparsas movimentaram valores exorbitantes entre 2021 e 2024.

Na mesma semana, quinta-feira (4), o TH Joias passou por uma audiência de custódia e teve sua prisão mantida. Durante a protocolação, o mesmo foi acusado de fazer parte de ligação com a facção do Comando Vermelho. 

Para o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), a prisão foi mantida após o juízo da Central de Audiência de Custódia de Benfica (Ceac-Benfica) verificar a regularidade formal da medida. 

O esquema de lavagem de dinheiro 

Em uma das investigações realizadas pela Polícia Federal, TH joias e outros nomes como Dudu e Índio teriam criado um esquema para transformar dinheiro de origem criminosa em ativos aparentemente legais. Ou seja, ter uma movimentação de grandes volumes de dinheiro em espécie, além da operação de câmbio no mercado paralelo, criação de empresas de fachada, as chamadas de "laranja" e a transferências incompatíveis com a renda declarada dos envolvidos.

Outros fatores que estavam sendo colocados em prática pelo grupo era a conversão de reais em dólares, sendo grandes números nas transferências de dinheiro. Só no ano passado, no mês de abril, cerca de US$ 1 milhão foi entregue para TH.

O esquema incluía devoluções graduais dos dólares a Índio: 19/04/2024: US$ 405 mil entregues em escritório de Índio; 21/04/2024: US$ 270 mil repassados; e 30/04/2024: US$ 265 mil. 

A Defesa de TH Joias

Após a confirmação da prisão e sua permanência, a defesa do acusado divulgou uma nota afirmando que as acusações são extremas e absurdas. Veja a nota.

"A defesa do deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva considera absurdas as acusações que vêm sendo reiteradas contra ele. Trata-se de uma repetição de fatos já explorados anteriormente, em claro movimento de perseguição política a um representante legítimo do povo do Rio de Janeiro. Até o presente momento, a defesa não teve acesso integral aos autos, o que evidencia a violação do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa. Reafirmamos nosso compromisso em esclarecer todos os pontos e demonstrar a total inocência do deputado".