Aprovação de Lula cresce entre eleitores de renda mais alta e ensino superior
Maioria reprova tarifas de Trump e apoia reação do governo com reciprocidade
Por: Iago Bacelar
16/07/2025 • 08:19
A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16), mostra que 53% da população desaprova o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto 43% aprovam. Os dados indicam uma recuperação em comparação com a rodada anterior, quando a desaprovação era de 57% e a aprovação de 40%.
Popularidade cresce fora da base tradicional
A melhora ocorre principalmente fora das bases tradicionais do presidente. Entre pessoas com renda entre dois e cinco salários mínimos, a aprovação subiu de 39% para 43%. Entre aqueles com renda acima de cinco salários, o índice passou de 33% para 37%.
O crescimento também se reflete entre os que possuem ensino superior completo, onde a aprovação avançou de 33% para 45%. Já a desaprovação nesse segmento caiu de 64% para 53%. No Sudeste, a aprovação foi de 32% para 40%. Entre os não beneficiários do Bolsa Família, 41% afirmam aprovar o governo.
Apesar da recuperação, a imagem pessoal de Lula segue dividida. Para 49% dos entrevistados, o presidente não é bem-intencionado, enquanto 45% acreditam que ele tem boas intenções. Em relação ao cumprimento das promessas de campanha, 69% afirmam que Lula não está conseguindo cumpri-las, contra 27% que acreditam que sim.
Reação a Trump tem apoio da maioria
A pesquisa também investigou a percepção da população sobre o conflito comercial entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para 72% dos entrevistados, Trump está errado ao impor tarifas ao Brasil, e 79% acreditam que a medida vai prejudicar os brasileiros.
A reação de Lula com medidas de reciprocidade é considerada correta por 53% dos entrevistados. A justificativa de Trump, que atribui as tarifas a uma suposta perseguição judicial contra Jair Bolsonaro, também foi reprovada. 72% discordam dessa justificativa, e 57% acreditam que Trump não tem direito de criticar o processo contra Bolsonaro.
Ao serem questionados sobre quem está mais certo no embate, 44% escolheram Lula e o PT.
Avaliação econômica apresenta melhora tímida
A percepção da economia também teve variações. A parcela da população que diz que a economia piorou nos últimos 12 meses caiu de 48% para 46%. Já os que afirmam que ela melhorou subiram de 18% para 21%.
O impacto da inflação segue evidente. 76% dizem que os alimentos ficaram mais caros no último mês, levemente abaixo dos 79% da rodada anterior. A percepção de alta na gasolina subiu de 54% para 56%, e a das contas de água e luz foi de 60% para 62%.
O poder de compra continua sendo avaliado como pior do que no ano passado por 80% dos entrevistados. Para 56%, está mais difícil encontrar emprego do que há um ano, enquanto 34% dizem que está mais fácil.
A expectativa para os próximos 12 meses piorou. 43% acreditam que a economia vai piorar, ante 30% na pesquisa anterior. A previsão de melhora caiu de 45% para 35%.
Avaliação do governo e relação com o Congresso
A avaliação negativa do governo caiu de 43% para 40%, enquanto a positiva subiu de 26% para 28%.
A relação entre os Poderes também foi analisada. Para 79% dos entrevistados, o conflito entre Executivo e Congresso mais atrapalha do que ajuda o país. Sobre a proposta de acordo feita pelo ministro Alexandre de Moraes, 59% defendem que o governo aceite, e 25% preferem que o Planalto mantenha o confronto.
Tributação e gastos públicos dividem opiniões
A opinião sobre a política fiscal está dividida. 41% preferem cortes de gastos, enquanto 40% defendem aumento de arrecadação. Apenas 6% rejeitam ambas as alternativas.
63% acham que os mais ricos devem pagar mais impostos, mas 53% rejeitam o discurso de polarização entre ricos e pobres. Já 38% consideram esse discurso necessário por evidenciar privilégios sociais.
Sobre a agenda do governo, 59% dizem não se sentirem representados, enquanto 34% afirmam que sim.
Violência lidera preocupações da população
A violência continua sendo a principal preocupação, mencionada por 25% dos entrevistados, seguida por problemas sociais, com 20%.