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Marcas chinesas crescem no Brasil, mas vendas seguem baixas

Estratégias variam entre importação, parcerias e produção local

Por: Victor Hugo Ribeiro

05/08/202507:00

Recentemente, grandes fabricantes chineses de celulares têm ganhado popularidade no Brasil, consolidando-se como uma "nova invasão" no mercado nacional. Apesar do impacto e da atenção gerada, os números de vendas ainda são modestos.

Smartphone Chineses
Foto: Divulgação/Huawei

Mesmo com a chegada de novas marcas, empresas já estabelecidas como Samsung, Motorola, Xiaomi e Apple dominam cerca de 90% do mercado brasileiro. O restante, aproximadamente 10%, é disputado por todas as outras marcas. Contudo, de acordo com a consultoria IDC, existem três modelos principais de entrada para essas empresas no Brasil.

Uma das principais estratégias da China se baseia em marcas que importam diretamente do país, como Huawei (que retornou ao Brasil após seis anos) e Honor. Outro modelo são as colaborações com empresas brasileiras para a montagem dos aparelhos, como a parceria da Oppo com a Multi e da Infinix com a Positivo. Além disso, há fabricantes que operam suas próprias linhas de montagem localmente (mesmo que terceirizadas), como Jovi e Realme em Manaus.

Estratégias de Marketing e Vendas

Apesar de a produção local tornar os preços mais competitivos, a falta de investimento em marketing e construção de marca impede que as empresas chinesas de smartphones se destaquem no mercado brasileiro. A ausência de uma estratégia de marketing robusta faz com que as marcas permaneçam desconhecidas, com pouca atratividade para o consumidor.

Algumas empresas tentaram gerar impacto com inovações, como o celular dobrável da Huawei, mas o alto custo desses produtos os tornou pouco acessíveis e irrelevantes para o público em geral. Além disso, segundo o especialista Reinaldo Sakis, da IDC, uma estratégia falha é a demora em diversificar o portfólio. O ideal seria começar com produtos premium para gerar interesse e, em seguida, lançar modelos mais acessíveis. No entanto, muitas marcas chinesas mantêm preços elevados por tempo demais, perdendo oportunidades de mercado.

Outro ponto crucial é a percepção de valor tecnológico. Com poucas inovações significativas que se destaquem, exceto em casos específicos como o aparelho dobrável da Huawei, as marcas chinesas precisam de uma estratégia de branding forte para competir com a publicidade massiva de concorrentes como a Samsung, que domina o mercado há anos.

Perspectivas Futuras

Os próximos meses podem trazer mais clareza sobre o futuro dessas marcas no Brasil. Dados de consultorias como a Canalys, que serão divulgados em breve, devem indicar a evolução do mercado. A expectativa é que as empresas chinesas consigam impulsionar o setor de smartphones brasileiros em 2025, desde que conquistem a confiança do consumidor e ofereçam alternativas competitivas que se equiparem ou superem as ofertas das marcas já estabelecidas.