A Google admitiu recentemente que suas emissões de carbono subiram 51% no período entre 2019 e 2024, atingindo 11,5 milhões de toneladas de CO₂ equivalentes. Divulgado em junho deste ano, o relatório Environmental Report 2024, revelou ainda que o crescimento foi impulsionado principalmente pelas emissões indiretas, que incluem fornecedores e uso de produtos, com alta de 25% no período, e pelas emissões operacionais, que mais que triplicaram, saltando 241%.  

Em nota divulgada à imprensa, a Google afirmou que a situação é “um desafio fundamental que é a implantação mais lenta do que o necessário de tecnologias de energia livre de carbono em escala”. Ainda, a empresa reconhece parcela de responsabilidade no problema.

“Embora continuemos a investir em tecnologias promissoras, como geotérmica avançada e SMRs (Small Modular Reactors), sua adoção generalizada ainda não foi alcançada por estarem em estágio inicial, serem caras e pouco incentivadas pelas estruturas regulatórias atuais”, afirmou a empresa.

Entretanto, o cenário das emissões pode ser ainda mais grave do que o revelado pela Google. De acordo com um estudo do grupo Kairos Fellowship estima-se que a gigante da tecnologia tenha emitido cerca de 65% mais carbono entre 2019 e 2024 do que os números oficiais indicam.

Ainda, o levantamento indica um aumento abrupto de 26% nas taxas de emissões entre os anos de 2023 e 2024, mesmo período em que a Inteligência Artificial da empresa foi lançada. 

“Os dados do próprio Google deixam claro: a corporação contribui para a catástrofe climática. As métricas que importam — emissões, uso de água e tendência de consumo de recursos — estão indo na direção errada, tanto para nós quanto para o planeta”, declarou Nicole Sugerman, gerente de campanha da Kairos, em entrevista ao The Guardian.

O estudo completo da Kairos é possível de ser conferido clicando aqui.