Silva Rocha critica CBF por restringir acesso da imprensa a atletas
Com experiência de décadas na cobertura esportiva, Silva Rocha falou sobre os desafios enfrentados pela imprensa esportiva
Por: Lorena Bomfim
05/08/2025 • 12:18 • Atualizado
O programa Portal Esfera no Rádio desta terça-feira (5), transmitido pela Itapoan FM (97,5), contou com a presença ilustre de Silva Rocha. Com uma trajetória marcante na cobertura esportiva da Bahia, Silva Rocha compartilhou sua experiência de décadas acompanhando o futebol local. O jornalista revelou que cobriu o Esporte Clube Bahia por 20 anos e o Esporte Clube Vitória por 17.
Durante a entrevista, o jornalista comentou sobre as transformações no jornalismo esportivo ao longo dos anos. Segundo ele, entre as décadas de 1970 e 1990, o acesso da imprensa aos treinos dos clubes era livre, permitindo aos profissionais uma cobertura mais próxima, com entrevistas diretas com os jogadores. No entanto, destacou que, com as novas regras impostas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), esse cenário mudou. Hoje, há restrições até para a entrada nos estádios, caso não haja uma autorização prévia. Como exemplo, citou o caso do jornalista Tony Carrero, impedido de fazer entrevistas em campo.
Silva criticou o distanciamento entre os clubes e a imprensa, ressaltando que essas medidas prejudicam o trabalho jornalístico. Ele também abordou temas delicados como a atuação da própria CBF, afirmando que há pessoas dentro da instituição com salários fixos e acesso a cartões corporativos, e que "muita coisa errada" ainda ocorre nos bastidores do futebol nacional. Em relação à recente denúncia de falsificação de assinatura envolvendo o presidente da entidade, o apresentador Luís Ganem pediu a opinião dos convidados, e o tema gerou debate sobre ética e transparência no esporte.
Outro tema abordado foi a crescente presença de influenciadores digitais e youtubers no ambiente esportivo, ocupando espaços antes exclusivos de jornalistas. Márcio Martins, que também participou do programa, criticou a postura do técnico Rogério Ceni, que fez os jornalistas esperarem mais de uma hora para uma coletiva de imprensa, e pontuou os desafios enfrentados pelos profissionais da área com a popularização das novas mídias.
Além de falar sobre sua carreira e a cobertura esportiva, Silva Rocha também opinou sobre a situação dos clubes baianos. Ele elogiou a gestão de Fábio Mota à frente do Vitória, destacando que até o ano passado o clube pagava salários com dez dias de antecedência. Ainda comentou sobre os debates internos sobre a transformação do clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Sobre o Bahia, ressaltou a boa campanha no Campeonato Brasileiro, ocupando a quarta colocação na tabela, mas criticou a falta de investimento da indústria baiana no futebol local. “As empresas de fora investem, enquanto as da Bahia não ajudam os clubes”, lamentou.
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