Bruno Henrique pode ser suspenso por até dois anos no STJD
Defesa chama acusação de absurda e Flamengo apoia atleta
Por: Iago Bacelar
04/09/2025 • 10:00
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, começa a ser julgado nesta quarta-feira (3) na Comissão Disciplinar do STJD, no Centro do Rio de Janeiro. Ele é acusado de ter forçado um cartão amarelo para beneficiar apostadores em partida do Brasileirão de 2023. As punições previstas vão de multa a longa suspensão dos campos.
O processo ocorre em primeira instância e está marcado para 9h. Se condenado, o jogador poderá recorrer ao Pleno do STJD. Caso seja absolvido, a Procuradoria também poderá apelar. Existe ainda a possibilidade de o julgamento não ser concluído nesta etapa, caso algum integrante peça vistas.
Por que Bruno Henrique é acusado
O jogador é acusado de compartilhar informações antecipadas sobre o cartão amarelo recebido no jogo contra o Santos, em 1º de novembro de 2023, no Mané Garrincha, em Brasília. A denúncia aponta que a informação teria beneficiado seu irmão Wander Nunes Pinto Júnior, que repassou o dado a amigos.
Além da dupla, também foram denunciados Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Reis e Douglas Barcelos. Já Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander, e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima do atacante, não estão sob análise do tribunal.
Em quais artigos Bruno Henrique foi denunciado
Em agosto de 2024, a Procuradoria enquadrou Bruno Henrique e outros envolvidos nos artigos 243 e 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O primeiro trata de atuar de forma prejudicial à equipe, e o segundo aborda conduta contrária à ética desportiva com intenção de influenciar o resultado de uma partida.
Quais punições Bruno Henrique pode receber
As penalidades previstas vão de 360 a 720 dias de suspensão, o que equivale a até dois anos fora dos gramados, ou suspensão de 12 a 24 partidas, além de multas de R$ 100 mil a R$ 200 mil.
Na esfera comum, o atleta também responde por estelionato e fraude em competição esportiva. Se condenado às penas máximas, pode enfrentar até 17 anos e oito meses de prisão.
Quando começou a investigação
A apuração do caso teve início em agosto de 2023, quando a Polícia Federal e o Ministério Público do Distrito Federal identificaram movimentações anormais em casas de apostas relacionadas a cartões do jogador.
Em novembro do mesmo ano, o celular de Bruno Henrique foi alvo de busca e apreensão, mas o processo foi arquivado pelo STJD. Em abril de 2024, a PF o indiciou por estelionato e fraude. Conversas acessadas entre o jogador e seu irmão teriam confirmado a antecipação da informação. Em junho, o Ministério Público apresentou denúncia formal.
O jogador comparecerá ao julgamento
As chances de Bruno Henrique participar da sessão são baixas. Ele está em período de folga de quatro dias concedida pelo Flamengo durante a data Fifa. A presença do réu não é obrigatória.
A estratégia da defesa e a posição do Flamengo
A Procuradoria pretende usar como prova um vídeo em que Douglas Barcelos afirma ter sabido de antemão que o atacante forçaria o cartão. Barcelos fez acordo na Justiça Comum.
Segundo informações divulgadas pelo blog de Diogo Dantas, a defesa considera a acusação exagerada e destaca que o caso já havia sido arquivado pelo próprio STJD.
O Flamengo mantém suporte jurídico ao atleta. O advogado Michel Assef Filho foi designado para conduzir a defesa, supervisionada pelo vice-geral e jurídico do clube, Flávio Willeman. O clube utiliza como referência o caso de Lucas Paquetá na Inglaterra, em que, apesar de indícios, o jogador foi inocentado pela federação local.
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