Exame descarta caso de raiva em filhote e Salvador segue sem registros
Lacen retifica diagnóstico após segundo teste
Por: Redação
06/12/2025 • 09:40 • Atualizado
O caso de raiva atribuído a um filhote de cachorro em Salvador foi oficialmente descartado nesta sexta-feira (5), após nova análise realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen). A informação foi confirmada pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), responsável tanto pelo primeiro teste, que havia dado positivo, quanto pelo exame de contraprova.
Em nota, a Sesab informou que a confirmação da doença exige duas análises laboratoriais. A primeira, concluída em 28 de novembro, havia apontado a presença do vírus. Já o segundo teste, cuja data não foi divulgada, resultou negativo, invalidando o diagnóstico inicial. Os métodos utilizados não foram detalhados pelo órgão.
Com o resultado, Salvador mantém o status de quase duas décadas sem registro de raiva em cães. Segundo a prefeitura, o último caso confirmado em um cachorro ocorreu em 2009, enquanto o último caso em gato foi registrado em 2004.
Neste ano, os registros de raiva na capital ocorreram apenas em animais silvestres ou de grande porte: dois morcegos e dois equinos. Todos tinham histórico de possível contato com morcegos, reforçando que o vírus permanece restrito ao ciclo silvestre e sem transmissão entre cães e gatos.
Apesar da negativação, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que todas as medidas de vigilância permanecem ativas e intensificadas. Entre as ações em andamento estão bloqueio vacinal nas áreas onde o filhote circulou, busca ativa de pessoas e animais expostos, visitas domiciliares com agentes de combate às endemias, instruções sobre sinais clínicos e condutas de segurança, monitoramento contínuo do vírus e envio de alerta epidemiológico a toda a rede de saúde e serviços relacionados a animais.
Casos no estado ultrapassam 90 registros em 2025
Dados da Sesab mostram que a Bahia registrou 92 casos de raiva em animais entre janeiro e novembro deste ano. Morcegos (32), bovinos (24) e equinos (19) lideram o número de ocorrências. Fevereiro foi o mês com maior incidência, com 14 casos, seguido de janeiro (12) e novembro (10). As cidades onde os diagnósticos foram confirmados não foram divulgadas.
O total já supera os anos anteriores: em 2021, por exemplo, foram registrados 47 casos, um aumento de 95% em quatro anos. Em humanos, o último caso no estado ocorreu em 2017, em Paramirim, quando uma pessoa foi infectada após contato com um morcego.
Orientações de prevenção
A Secretaria Municipal de Saúde reforça que a vacinação anual de cães e gatos a partir dos três meses de idade continua sendo a medida mais eficaz para prevenir a doença. Entre as principais recomendações estão:
- Evitar contato com animais silvestres, como morcegos, raposas e saguis, vivos ou mortos, uma vez que não há vacina destinada a essas espécies e é crime causar-lhes dano;
- Acionar o Centro de Controle de Zoonoses pelo telefone 156 ou (71) 3202-0984 ao encontrar animais silvestres em residências;
- Manter atualizada a profilaxia pré-exposição para profissionais que lidam com animais.
Em situações de risco, a população deve:
- Procurar atendimento médico imediatamente após mordida, arranhão ou contato com saliva de animal suspeito;
- Não manipular morcegos encontrados mortos ou com comportamento anormal, acionando a vigilância municipal;
- Observar mudanças de comportamento em cães e gatos e buscar avaliação veterinária, notificando possíveis casos às autoridades sanitárias.
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